A cena se passou há décadas. O saudoso ex-deputado Jader Machado (MDB), que costumava pregar peças nos colegas, chegou para o deputado Edgar Fontes (PDS) – já falecido – com um envelope de cor parda, entrega ao colega do PDS e pede que abra por conter um presente que trouxe de Cruzeiro do Sul. Quando Fontes meteu a mão no envelope, uma cobra jiboia de tamanho médio se enroscou no seu braço; e acabou se esgueirando pelo plenário. As mulheres da taquigrafia abriram uma gritaria. Deputados e deputadas subiram nas poltronas, até que o Jader pegou a cobra que criava e levou para fora do plenário. Já vi um deputado descontrolado sapatear em cima da bancada onde ficam os microfones. Outro, jogar um copo com água na cara do outro.
Também vi uma cena patética da irmã de um ex-governador bater com o salto do sapato bico fino na cabeça de um parlamentar do PT, por ser crítico do governo do irmão. Também vi um deputado acusar na tribuna um colega de ser homossexual, e este, sob o argumento de lavar a honra, pegar o revólver da pochete de um colega, e se trancar onde hoje funciona o setor do cafezinho, aos gritos que ia se matar. Depois de muito apelo dos colegas saiu da sala sem levar avante o intento. Muitos desses personagens, estão ainda vivos. Então, nesses mais de 40 anos cobrindo as sessões da Assembleia Legislativa, não me causou espanto a troca de adjetivações relés de boteco pé sujo, ameaças, entre o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) e o assessor do governo Luiz Calixto, ontem na ALEAC, embora tenha sido uma cena lamentável. A política tem disso. Não foi o cenário ideal para fazer política séria, mas sempre fez parte do jogo. A política é imprevisível.
BASTAVA OUVIR UM PEDRO
Toda essa confusão do ISE começou na legislatura passada, quando o deputado Roberto Duarte, então do MDB; apresentou uma PEC, que como advogado sabia ser inconstitucional, alocando os servidores provisórios do ISE no quadro definitivo do IAPEN. O único a não aceitar fazer proselitismo político e votar contra, alertando que os tribunais derrubariam a PEC, foi o deputado Pedro Longo (PDT). E a tese janeleira acabou derrotada no STF. Se tivessem ouvido o Pedro, nada dessa confusão estava acontecendo.
NÃO ME LEMBRO
Não me lembro de outro colega que tenha batido mais na tecla do que eu neste BLOG, que estavam criando falsas expectativas aos servidores do ISE, como se o governo tivesse o condão de mudar a Constituição Federal, que exige concurso público para acesso a cargo público. Todos os que votaram no STF foi declarando a inconstitucionalidade da PEC. E não tem mais volta.
NÃO TEM COMO RESOLVER
E não adianta, deputado jogar para a plateia com sugestões paliativas, porque nunca vão entrar no quadro do IAPEN ao não ser por concurso. É preciso falar a verdade para esses ex-servidores, que tão bem serviram ao estado.
SAMBA DESAFINADO
O governo precisa também falar a verdade para quem presta concurso, de que o estado não é obrigado a convocar quem ficou no cadastro de reserva, a não ser por vacância de cargo. Mas, no momento em que na campanha o candidato vai para o horário eleitoral e promete contratar o cadastro de reserva para ganhar voto, dá moral para que este pessoal exija a sua contratação, porque pedem apenas -com razão – o cumprimento de uma palavra. E palavra é palavra.
CLIMA PESADO
O certo é que por conta de tudo o que aconteceu ontem, a base do governo e a oposição se uniram, um fato não comum, e não se sabe como vai ficar daqui em diante a interlocução política entre governo e ALEAC. E nem qual será a posição do governador Gladson.
ERA OUTRA ERA
O secretário de Agricultura do Bocalom raciocina como se ainda fosse ajudante do Bocalom na prefeitura de Acrelândia, há mais de 30 anos, quando o município tinha poucas ruas. Ninguém protestava contra nada. Rio Branco é diferente. A sua cabeça não está preparada para manifestações com fechamento de ramais, como forma de exigir melhoria. E só prejudica o Bocalom.
NÃO PODE ERRAR NA APOSTA
O senador Sérgio Petecão (PSD) está num tempo em que não pode raciocinar com o fígado. É bom esperar as pesquisas do próximo ano, antes de decidir quem vai apoiar a prefeito de Rio Branco. Não pode errar em apostar em quem não tem chance de ganhar a eleição.
TAPAS E BEIJOS
O governador Gladson Cameli vive com o senador Márcio Bittar (UB) uma relação de tapas e beijos. O Bittar virou a sua sombra, onde o Gladson vai o Bitar cola. Esse santo quer reza: fazer uma dobradinha para as duas vagas ao Senado, em 2026.
ALIENAÇÃO POLÍTICA
A eleição para a presidência acabou. O Bolsonaro perdeu e o Lula ganhou. Mas ainda tem gente alienada que prega que o comunismo será instalado no país no governo do Lula. Não cairam na real que essa tese maluca da conspiração de grande parte dos Pastores evangélicos, foi derrotada na eleição.
NÃO TEM UM NOME FORTE
Fonte me passou ontem que o nome mais forte da oposição para disputar a prefeitura de Epitaciolândia, Everton Soares, não vai encarar, por veto da família. Com isso a oposição fica sem um bom nome para a disputa, mesmo o prefeito Sérgio Lopes aparecendo mal nas pesquisas. E, ele pode acabar se elegendo, por falta de outra opção.
QUER SABER DO CAFÉ
O diretor da APEX, Jorge Viana, não se mostra nem um pouco preocupado com a disputa municipal do próximo ano. A única informação que quer do Acre, é como está seu cafezal.
BARRINHO FALOU
Quem me ligou ontem foi o velho militante do MDB, o Barrinho, para dizer que o seu candidato a prefeito até debaixo de água, é o Marcus Alexandre. Barrinho é da turma dos cabeças brancas do MDB.
SHOW DE HABILIDADE
Até os adversários admitem que o ministro da Economia, Fernando Hadad, tem dado um show de habilidade nas relações com os políticos e na condução da política econômica.
VOZ ROUCA DAS RUAS
Na política existe hora de entrar e hora de sair. O político tem de avaliar essa hora. É o que fez o velho lobo da política acreana, Flaviano Melo, que pendurou as chuteiras e trata só da organização partidária para a eleição municipal.
MOSTRAR A QUE VEIO
Comenta-se que o subsecretário de Esporte, Carlão Gouveia, quer trilhar o caminho da política sendo candidato a deputado federal em 2026. Precisa primeiro dizer a que veio, porque não mostrou nada desde que assumiu o cargo.
NÃO SE ESPERAVA DIFERENTE
O PCB está defendendo a cassação do vereador do seu partido que fez duros ataques verbais e ameaças a uma vereadora. Vamos ver como vão se comportar os vereadores do Bujari, se prevalecerá a cassação ou farão espírito de corpo e absolver o vereador.
FOCANDO ALTO
Luiz Tchê, Pedro Longo e Luiz Gonzaga, são nomes que estão focando em mandatos de de deputado federal, na eleição de 2026.
MULHER DE BRIGA
A vereadora Elzinha Mendonça tem sido a voz de oposição mais atuante contra a gestão do prefeito Tião Bocalom. É quem faz oposição de fato ao prefeito, os demais só pontualmente. E vem se destacando. Politicamente, é ligada à deputada federal Socorro Neri (PP).
FRASE MARCANTE
“Ciúme é querer manter o que se tem; cobiça é querer o que não se tem; a inveja é não querer que o outro tenha”. Zuenir Ventura, jornalista.