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Helder Paiva: sobre ovelhas e lobos

Alguma coisa de positivo precisa acontecer na administração de Tião Bocalom à frente da Prefeitura de Rio Branco. Um mosaico de fatos negativos tem acompanhado o trabalho do eterno prefeito de Acrelândia. A última novidade foi o suposto “galanteio” do ex-deputado, pastor da Igreja Assembleia de Deus e assessor político de Bocalom, Helder Paiva.


O assessor Helder Paiva foi acusado por uma servidora da Câmara de Rio Branco de assédio sexual. “Conforme a funcionária, Helder a teria abraçado por trás e a chamado de “gostosa”, informou o ac24horas, na apuração do colega Leônidas Badaró.


O documento formal da Câmara de Vereadores, assinado pelo presidente Raimundo Neném; pelo primeiro secretário, Fábio Araújo; pela vice-presidente, Lene Petecão; e pelo segundo secretário, Hildegard Pascoal, seria cômico se não fosse patético.


Endereçado ao Excelentíssimo Senhor Tião Bocalom, prefeito de Rio Branco, o ofício traz o seguinte texto. “Cumprimentando-o cordialmente, servimo-nos do presente expediente para informar que na data de hoje esta Presidência teve a notícia de que o assessor especial Helder Paiva teria supostamente importunado sexualmente uma servidora deste Poder nas dependências deste Parlamento. Nesse sentido, pedimos ao senhor que não envie mais a esta Casa Legislativa o referido assessor especial, pelo menos, até que os fatos estejam devidamente esclarecidos”. 


Não, irônico leitor, não ria. Não gargalhe da situação, leitor ferino. Tire do rosto essa ideia maldosa de que o texto é cômico. É um texto sério. Traz, até, o vocativo pomposo: “Excelentíssimo Senhor Tião Bocalom…” Definitivamente, o Acre parece que vai ter que melhorar muito para poder não querer dar errado.


A cidade com tudo por ser feito; o parlamento com uma das piores legislaturas dos últimos 20 anos; um parlamento que tem dado seguidas demonstrações de insensibilidade com os aperreios do povo; uma administração que não deslancha: não busca soluções. Ao contrário: até se nega a executar obras, alegando problemas jurídicos inexistentes. E o que se vê? Um assessor palaciano acusado de supostas diabrices, danações mundanas que não coadunam com um homem que deve ter decorado uma meia dúzia de versículos, entoados em alto e bom som em comportados cultos noite adentro.


O assessor, homem já tarimbado na rotina e nos bastidores da política local, é claro, reagiu, como todo bom justo. “Nego essas acusações e, no momento, não estou preocupado com cargo. O grande problema agora é que essa denúncia afetou meu casamento, minha família e isso afeta quem conhece a mim e a minha esposa, que só vivemos para o trabalho”. Não ria, leitor danado. É uma reputação que sangra em praça pública.


É claro que o site ac24horas  promove e intenta que a situação seja investigada e o episódio esclarecido. Em nome do interesse público. No entanto, ressalta: esse problema que relaciona homens de poder embalados por uma libido impulsionada pelo cargo que ocupam não é roteiro novo na crônica política local.


Não é difícil imaginar, portanto, a sorte de pressões que essa modesta servidora está sendo vítima agora. Essa mulher precisa ser protegida e amparada, sobretudo para preservar a verdade. Caso contrário, será cortejada não com fins sexuais. Mas por uma corte que tem como intuito proteger os poderosos do arraial.


Helder Paiva sente na pele o inverso da máxima do Direito: uma vez homem público, cabe ao acusado provar a inocência. Homem de exegese, de estudos bíblicos, Paiva sabe que a hora exige pragmatismo e pressa. O som da ovelha, o balido dela, tem pouca importância. Béhéhéhéhé!!!!! Muito menos a cor importa. Pode ser preta; branca; malhada. Quando são levadas ao sacrifício, as ovelhas geralmente preferem o silêncio. Culpadas ou não. Mas a Helder Paiva cabe bem a máscara de uma ovelha


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