As empresas acreanas sentem a paralisia do ambiente econômico regional. Elas são um termômetro refinado do que não está acontecendo por aqui na economia, com impacto direto na rotina dos pequenos empreendimentos locais.
No último sábado (24), o ac24horas.com divulgou matéria que aponta o cenário econômico em que a pequena empresa do Acre está inserida. Os dados têm base no Serasa Experian. O contexto não é bom. E o pior: a perspectiva não autoriza nenhum tipo de esperança.
O Serasa Experian calculou que, em maio deste ano, 15.784 empresas acreanas estavam com 101.975 contas atrasadas. Passando o traço embaixo e somando, essas quase 102 mil contas totalizaram R$ 331,9 milhões. Desempenho semelhante foi registrado somente em março de 2020 com R$ 333,1 milhões de dívidas. Vivia-se em plena pandemia.
O Serasa Experian detalha ainda outro número: são 6,5 dívidas por CNPJ, com uma média de, aproximadamente, R$ 21 mil por dívida. É um ambiente enlameado e escorregadio para o pequeno empresário. É como se uma pessoa tentasse correr descalça em uma estrada de tabatinga durante uma chuva. Os mais cuidadosos até podem evitar cair, mas vão, no máximo, andar devagar. Correr, jamais. Assim está a pequena empresa acreana.
Reforçando: 6,5 dívidas por empresa (em média); e cada dívida (também em média) de aproximadamente R$ 21 mil. Só se conseguirá mudar esse cenário fazendo com que o cidadão comum volte a entrar em novo ciclo de consumo. Ou isso acontece, ou não haverá salvação possível para muitos empreendimentos daqui. Não se trata de uma postura pessimista do jornal. É uma visão realista.
E aqui é preciso fazer uma relativização no que se refere às discussões sobre Reforma Tributária. É claro que este é um tema importante da agenda econômica do país e o Acre precisa dizer o que pensa sobre o assunto. Mas este contexto revelado pelo Serasa Experian aponta que, por aqui, há lições de casa mais urgentes a se fazer.
As agendas de obras precisam ser retomadas urgentemente. É preciso pensar o Acre para além das restrições impostas pela Operação Ptolomeu. As obras previstas e paralisadas em função desse processo não podem servir de argumento para a paralisação integral de toda gestão. O Palácio Rio Branco precisa despertar a ideia de que o Acre é maior que a Ptolomeu.
O Governo do Estado tem sido responsável e consequente com a manutenção da folha de pagamento. Isso é um ponto positivo. Mas é preciso ir além. É preciso fazer com que a Seplag entre em um novo ciclo de formulação de projetos, embasados em novas frentes de trabalho. O Acre não pode ficar refém da martelada do STJ para poder reagir a esse cenário recessivo criado, em boa medida, pelo próprio Acre.
Discutir a simplificação do sistema tributário brasileiro; debater sobre as Leis Complementares que vão definir as alíquotas que comporão os impostos CBS (federal) e o IBS (estaduais) é algo importante.
Assim também como é importante debater a composição dos fundos para minimizar as perdas de arrecadação dos estados. Tudo isso é fundamental. Mas aqui no Acre há situações mais elementares a serem resolvidas. São problemas com soluções já conhecidas. Já se tem a régua, o compasso. Sabe-se até o cálculo necessário. O que falta para fazer?
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