O Banco da Amazônia (Basa) está disponibilizando até o próximo dia 30 de junho programas de renegociação de crédito voltados para empresários acreanos que foram afetados pela última enchente do Rio Acre. São oportunidades diferenciadas para as empresas que foram impactadas pelas inundações que atingiram o estado no primeiro semestre de 2023 e que já são clientes do banco.
Pelas informações, o objetivo dos programas de renegociação é fomentar a recuperação das empresas atingidas pelas enchentes, desde que elas estejam localizadas nos municípios que estão com situação de emergência reconhecida pelo poder público federal e ainda que tenha havido o impacto direto do desastre ambiental sobre o negócio.
Os programas apresentados pelo banco regional estão voltados ao capital de giro e a investimentos, considerando a necessidade de cada empresa e de sua capacidade de negociação, associado ao planejamento econômico e financeiro necessários até a estabilidade.
Para as operações, os contratos terão novas condições de prazo e, consequentemente, de carência. No caso do capital de giro, os prazos vão até 36 meses, incluída a carência de até 5 meses, para microempresas, empresas de pequeno, médio e grande porte.
Já nas operações contratadas para investimentos, os prazos e condições variam de acordo com a operação, indo até 12 anos, incluída a carência de até 4 anos, ou até 6 meses, incluída a carência de até 6 meses, para financiamento de MPE-Reforma e Ampliação. Para clientes empresariais com operações de crédito ativas e localizados em áreas afetadas, há a possibilidade de repactuação do saldo devedor.
O diretor comercial do Basa, Marivaldo Melo, reforçou à reportagem que os programas de renegociação de dívidas são específicos para quem teve o seu empreendimento atingido diretamente pelas enchentes. No caso daqueles que alegam ter tido um impacto indireto, ou seja, a empresa não foi inundada, mas o negócio sofreu prejuízo decorrente da enchente, o banco analisará caso a caso.
“A renegociação das dívidas é para quem realmente foi atingido pela enchente, isso porque nem todos atingidos indiretamente tiveram prejuízos em seu fluxo de caixa. Aquele que teve o seu comércio invadido e teve um dano causado por esse fato, ele terá um prazo maior”, explicou.
Questionado sobre a pouca divulgação dos programas de renegociação para esse caso específico, que pode ter resultado na pouca procura, até o momento, por empresários que se enquadram nos critérios, o diretor comercial disse que a circular interna do banco foi distribuída para toda a região amazônica e para todos os municípios atingidos por enchentes.
Outro ponto esclarecido por Marivaldo Melo foi sobre uma informação que circula no meio empresarial dando conta de que aqueles que aderirem aos programas de renegociação do banco perderiam pontos no score bancário, que é um conjunto de dados que reúne informações de todos os seus clientes servindo como parâmetro para os produtos e serviços financeiros que são ofertados pela instituição.
“Quem renegociar e que realmente está dentro dos critérios exigidos, de ter sido diretamente atingido pelas enchentes, não terá nenhuma modificação no seu score bancário, uma vez que esta é uma situação excepcional”, enfatizou Marivaldo Melo.
Em publicação na sua página na internet, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio-AC) chamou a atenção dos empresários acreanos que estão dentro das condições exigidas para se beneficiar dos programas quanto às oportunidades especiais oferecidas pelo Basa.
No entanto, a entidade orienta que a adesão aos programas seja feita somente em caso de urgência iminente, evitando dívidas que possam prejudicar futuras negociações e buscar orientação na agência do Basa para um planejamento adequado das operações.
“Para um bom planejamento de tais operações, é necessário que a empresa interessada procure a gerência de sua agência, que está preparada para as orientações e os auxílios necessários, eliminando as dúvidas e, quando possível, atendendo os empresários nas suas demandas”, diz a Fecomércio.
O presidente da Federação das Indústrias do Acre (FIEAC), José Adriano, disse ao ac24horas, que o Basa tem sido uma instituição compreensiva no aspecto das dificuldades que os empresários dos vários setores têm enfrentado.
“As federações têm conversado bastante, então o episódio daquela inundação repentina foi, de fato, uma coisa inusitada, e a gente apelou para o bom senso de todos os credores do setor produtivo como um todo e o Basa tem sido sempre uma instituição compreensiva nesse aspecto. Fizemos esse apelo juntos, o maior número dos empresários atingidos está realmente no setor de comércio e serviço, mas há alguns do setor industrial, e essa resposta do banco, que agradou, é resultado disso.
A respeito das maneiras como os empresários podem acessar os programas de renegociação até o próximo dia 30, o diretor comercial Marivaldo Melo explicou que os pedidos podem ser feitos por meio de um requerimento ou e-mail para a agência de relacionamento.
No caso dos clientes do segmento empresarial que possuem operações de crédito ativas e estão localizados nos municípios que estão com situação de emergência por ocasião das enchentes, eles poderão acessar modalidade de repactuação do saldo devedor por meio do link: prorrogacao.bancoamazonia.com.br, preencher os dados solicitados e submeter.
Após ser feito o procedimento acima, o sistema retornará com as opções de repactuação e enviará um termo aditivo que, sendo aceito pelo empresário, deverá ser assinado e encaminhado ao seu gerente de negócios na agência do Basa em que mantém movimento para avaliação, aprovação e o respectivo enquadramento.