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A arte mais difícil da política 

Por
Witalo Lima

Nenhuma arte na política é mais difícil e complicada que a transferência de votos, de um líder político para um seu candidato. Para confirmar, vou citar alguns casos. O Jorge Viana estava no poder no auge da sua popularidade, de dar até autógrafo onde chegava. Lançou o professor Marcos Afonso (PT) a prefeito e este foi derrotado pelo Mauri Sérgio (MDB), sem um pau para dar no gato. Depois lançou o Raimundo Angelim (PT) para prefeito; e perdeu para o Flaviano Melo (MDB), que morava nos EUA, e chegou para a disputa na véspera da campanha. Em seguida, o Jorge Viana quis eleger ao Senado o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), e não conseguiu. O Orleir Cameli, também no auge da sua popularidade, lançou o primo Cristovão Messias a prefeito de Rodrigues Alves, e fracassou para um candidato liso, o engenheiro Ruy Matos Said. Mais recentemente, o governador Gladson, um gestor popular tentou, mas não conseguiu fazer da Socorro Neri (PP) prefeita da capital; e nem o seu candidato Ney Amorim (PODEMOS), ao Senado. Poderia citar outros exemplos. Mas, fica o alerta para quem pensa que por ter o apoio de quem se encontra no poder pode se eleger a um cargo majoritário. O buraco é mais embaixo.


O MÍNIMO


O mínimo que se exige de um deputado estadual é que saiba ao menos ler um texto sem tropeçar nas palavras. Sem mais comentários.


CAFÉ REQUENTADO


O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) serviu café requentado ontem em sua fala na ALEAC, ao trazer à tona notícia já divulgada há dias da prorrogação por 180 dias das medidas cautelares da Operação Ptolomeu. Não houve fato novo para voltar ao tema. Foi falta de assunto.


FATO NOVO


O fato novo que se espera é como virá a peça da Denúncia do MPF. Até aqui, a fase é de inquérito e ninguém é réu. E aplica-se a norma constitucional da presunção de inocência de todos os acusados. Assim é no Direito.


PIOR QUE O SONETO


Tão fraco como o café requentado do Edvaldo Magalhães, foram as defesas dos deputados Marcus Cavalcante (PDT) e Tanízio de Sá (MDB). Marcus atribuiu a volta do assunto à derrota da oposição pelo governador Gladson. E o Tanízio, falou que a tribuna da ALEAC é para se dizer coisas boas. Esqueceram que a Ptolomeu é um caso jurídico e lugar para o debate é, sim, a tribuna da ALEAC. As emendas da defesa saíram pior que o soneto.


NÃO CONHEÇO


Não é de hoje que existe o chamado Parlamento Amazônico. Que nada mais é que um instituto que reúne deputados da amazônia para discutir temas para a região, que nunca viram medidas práticas. Ontem, um grupo de deputados do estado partiu para o Tocantins, para nova reunião que não resolverá nada com coisa nenhuma.


PARTE CEDO


O ex-vereador Joelso Pontes (PP) está numa pré-campanha acelerada para a disputa da prefeitura de Brasiléia. “Quem não tem estrutura parte cedo”, falou ontem ao BLOG.


DESAFIO PRINCIPAL


O maior desafio do secretário Alysson Bestene (PP) é chegar no próximo ano bem situado nas pesquisas, para servir de argumento e ser o candidato do PP a prefeito da capital.


O DINHEIRO FALA MAIS ALTO


“A grande maioria dos evangélicos é composta de pessoas de baixa renda. No dia da eleição, o candidato chega na sua casa com dinheiro, ele olha para a geladeira vazia; e, entre o dinheiro e o pedido de votos do seu Pastor, ela vai optar pelo dinheiro e votar no candidato do comprador de votos. Por isso é que os Pastores não transferem votos”. A explicação me foi dada ontem por um evangélico que vive no meio político.


NÃO É SÓ O EVANGÉLICO


Mas a compra de votos não se resume ao público evangélico, mas a todos os setores da sociedade. Nada é mais escancarado numa eleição no Acre que a compra de votos. Mente o parlamentar que diz que se elegeu sem comprar votos ou sem gastar nada, seja com recursos financeiros ou outro tipo de ajuda partidária.


NÃO CONVENCE


Podem usar mil argumentos, mas nenhum vai me convencer que a saída do Marcus Alexandre do PT não foi combinada com o ex-senador Jorge Viana. O Marcus prefeito, e o JV sendo candidato a governador em 2026; o Marcus vai apoiar quem?


NÃO TEM MILITÂNCIA


Caso o ex-deputado Jenilson Leite queira ser candidato a cargo majoritário, tem que trocar o PSB por outro partido. O PSB não tem militância – elege deputado e vereador – mas para prefeito, senador ou governador; o buraco é mais embaixo, tem que estar abrigado em uma sigla presente em todos os municípios. E, não é este o caso do PSB.


NÃO É REGRA GERAL


Até entendo a posição do deputado Adailton Cruz (PSB), como sindicalista atuante. Mas não quando condena a terceirização de um serviço na Saúde como algo nocivo. Existem casos de serviços terceirizados com uma prestação de serviços melhor do que no serviço público. Principalmente, nos atendimentos de alta complexidade. Generalizou.


PELA PRIMEIRA VEZ


O governador Gladson Cameli, pela primeira vez, acerta na convocação de um concurso público sem o chamado “cadastro de reserva”. No caso do IAPEN. Porque o Acre estava se transformando no único estado em que o poder público se vê obrigado por pressões politiqueiras a contratar os que ficaram no “cadastro de reserva”.


AR DA GRAÇA


O subsecretário de Esporte, Carlão Gouveia, precisa vir a público e dizer quais são os seus projetos para o setor.


CHUVA NO MOLHADO


Foi aprovado na ALEAC o repasse de 3 milhões de reais para os clubes de futebol profissional do estado. Muito tempo se passou desde a aprovação e não caiu um centavo na conta dos clubes. Não tem que chamar Audiência Pública coisa alguma para discutir a questão, tem que mandar os recursos para os clubes e nada mais. A burocracia às favas.


PARA SER SINCERO


Nunca fui ao Palácio Rio Branco no governo do Binho e nem o entrevistei, porque era avesso à imprensa. Mas não posso deixar de registrar que o futebol acreano viveu o seu melhor momento nos planos regional e nacional, na sua administração.


CONFESSO QUE, DESCONHEÇO


Estou de cabelo branco de tanto assistir à vinda de comitivas da China e do Japão (só para citar esses) ao Acre, assinar protocolos de intenções de intercâmbio e convênios, e nunca se viu a cor desses benefícios. Quando não se quer fazer nada, se assina protocolos de intenções.


NÃO VAI BRIGAR


O PSD não vai brigar para indicar o vice do Marcus Alexandre, se este se filiar ao MDB. O que mais interessa ao senador Sérgio Petecão (PSD) é ver o Marcus eleito prefeito, e este o apoiar para a reeleição ao Senado em 2026.


FICOU NO BANHO-MARIA


O que era cantado como certa, a ida da vice-prefeita Marfisa Galvão para uma secretaria no governo do Gladson, ficou no banho-maria e não aconteceu até o momento. Foi um pinto que não saiu da casca do ovo.


FRASE MARCANTE


“Quando o rato se entende com o gato, o dono do armazém está falido”. Ditado iraniano.


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Witalo Lima

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