O presidente dos Estados Unidos qualificou como “real” a ameaça feita pelo presidente russo, Vladimir Putin, sobre a utilização de armamento nuclear tático, dias depois de o Kremlin ter iniciado a transferência de material bélico para o território da Bielorrússia, movimentação que o líder americano havia já considerado “irresponsável”.
Na semana passada, o líder bielorrusso, Alexander Lukashenko, confirmou ter recebido armas nucleares táticas de Moscou, algumas das quais com potencial de destruição três vezes superior às que foram detonadas pelos EUA em Hiroshima e Nagasaki em 1945.
Trata-se da primeira vez que a Rússia transfere armamento deste tipo (ogivas de curto alcance, para possível de utilização no campo de batalha) para fora do seu espaço territorial desde a queda da União Soviética.
Antes do aviso agora feito por Joe Biden, os EUA haviam reagido à manobra de Putin garantindo não ter intenção de alterar o atual posicionamento estratégico do seu arsenal nuclear, até porque não tinham detectado sinais de que a Rússia estaria se preparando para utilizar estas armas de destruição maciça.
No mês passado, o regime russo desvalorizou as críticas americanas ao plano de destacar armamento nuclear para a Bielorrússia, contrapondo o fato de que os Estados Unidos fazem o mesmo “há décadas” na Europa.
Estas movimentações militares da Rússia estão a ser atentamente seguidas não só pelos aliados ocidentais, mas também pela China, que por várias vezes vocalizou a sua oposição ao uso de armas nucleares na guerra da Ucrânia.