Intoxicação por agrotóxico cresce 60% em 2 anos no Acre; jovens são os mais afetados

O Acre tem 21 municípios apontados como prioritários para implantação da Vigilância em Saúde de Pessoas Expostas a Agrotóxicos, mas apenas cinco possuem esse serviço até agora. Oscilando desde 2015, as intoxicações cresceram 60% entre 2020, quando ocorreram 48 notificações, para 2022 (77 notificações).

No Acre, a proporção é de 45,6 casos a cada 100 mil habitantes. A maioria dos afetados são pessoas jovens de até 29 anos. Os municípios do Vale do Acre, onde o agronegócio prevalece -Senador Guiomard, Brasiléia, Xapuri, Acrelândia e Plácido de Castro -lideram o ranking da intoxicação. Há casos em Manoel Urbano, Cruzeiro do Sul e Rio Branco.

Os dados mais atuais são de 2020 e podem ser acessados no painel VSPEA, um instrumento informativo do Ministério da Saúde cujo objetivo é apresentar os critérios necessários para implantação da VSPEA, monitorar a sua implantação e auxiliar o setor saúde e demais interessados no acompanhamento dos dados de Intoxicação por agrotóxicos.

Criado em 2022, esse painel busca fortalecer o controle e a participação social, além de permitir o acompanhamento pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde da implantação da VSPEA em seus territórios, através da publicação dos dados.

Em número absolutos, o Acre é o 4.º da Amazônia e o 21.º do País em notificações. A maioria dos casos ocorrera por acidente, mas vários foram por tentativa de suicídio.