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Bolsonaristas ou Lulistas, eis a questão

A maioria dos deputados federais do Acre apertou o botão da incoerência e confirmou, durante a votação da MP 1154/23, que reestruturou os ministérios do Poder Executivo. Os dois únicos deputados que mantêm atuação como deputados de oposição foram Gerlen Diniz (Progressistas) e Roberto Duarte (Republicanos).


Votaram como determinou o chefe Lula os deputados Ulysses Araújo (UB), Antônia Lúcia (Republicanos), Eduardo Velloso (UB), Meire Serafim (UB), Zezinho Barbary (Progressistas) e Socorro Neri (Progressistas).


É necessário que os deputados do Acre compreendam o que exigiu o povo por aqui. O grito que saiu das urnas na última eleição foi compreensivo a todos: o Acre é oposição a Lula. Parece que isso não ficou evidente para a maioria dos deputados federais acreanos.


Se a sociedade acreana não quer proximidade com o líder petista, por que a maioria dos deputados do Acre desrespeita o povo e vota a medida provisória da forma como determinou Lula, ao custo de R$ 1,7 bilhão?


Não é fácil ser um parlamentar de oposição. É preciso ter convicção. É preciso ter conteúdo denso nas mais diversas matérias. É preciso estar bem assessorado. Não precisa entrar com motosserra na tribuna do parlamento (como já se quis nessa legislatura). Não é necessário fazer show midiático.


O que o parlamento brasileiro precisa é de seriedade. Mas isso só é construído com o mínimo de coerência e de respeito com o eleitor. Ou será que parte da bancada “fecha com o governo” (seja qual governo for) pensando em algum tipo de benefício que a postura republicana não permite?


É por conta desse tipo de contradição que a imagem da classe política anda desgastada. O sofisma de que “vota com o governo naquilo que for de interesse para o povo” é uma linha de argumentação que não se sustenta em pé. Caso queiram votar como manda Lula, então que isso fique claro, para Lula e para o povo do Acre. As consequências, certamente, virão nas próximas eleições.


O Acre deixou evidente o que pensa sobre Segurança Pública: o povo daqui não tolera audiência de custódia; quer redução da menoridade penal; quer escola militarizada; não olha para a floresta com simpatia e declara amor eterno à pecuária e à grande agricultura.


O que, em si, já é também uma contradição. Sim, porque mais da metade da população depende do Bolsa Família. Mas o povo pode ter lá a sua dose de contradições. Mas o parlamentar não. É ele que vai estar sob o crivo do eleitor a cada quatro anos. E não consta que o eleitor daqui queira um parlamentar subserviente aos ditames de Lula.


O texto aprovado teve como relator o deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL). Ele transformou o Ministério do Meio Ambiente em um quase nada, por exemplo. Não é isso o que o povo do Acre quer? Sim, é. E quem autorizou os deputados a desrespeitar o que o povo ditou?


Foram 337 votos a favor e 125 votos contra. Foram 337 votos servis a Lula. Entre estes, havia 6 acreanos. A continuar assim, com esse nível de obediência à Lula, que a urna lhes seja leve.


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