Nosso Dom Quixote vermelho

Na obra de Miguel Cervantes um cavaleiro solitário, Dom Quixote de La Mancha, saiu pelo mundo com sua lança e seu escudeiro Sancho Pancho, numa luta solitária contra os inimigos da sua imaginação.

Na ALEAC temos o nosso Dom Quixote vermelho. Mas em outro formato. Não combate, como o herói da obra, os adversários imaginários. E, também, não tem o seu Sancho Pancho; combate solitário os atos do governo. O que chama atenção é que nessa luta solitária sua na oposição, o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), virou protagonista pelos temas levantados. Conseguiu colocar no canto do ringue a esmagadora base política do governo do Gladson. Que embora majoritária; fora um ou outro deputado levanta a voz para defender o governo.

O restante da base escuta calada os ataques da única voz da oposição. Virou um ataque quase sem defesa. E o Edvaldo vai surfando na onda do eu sozinho, e virando o destaque da legislatura. Nem sempre a maioria vence. É o que acontece na ALEAC.

TÉDIO POLÍTICO

É como estão as sessões na ALEAC.

NÃO VOU PASSAR PANO

Votei para tirar um presidente maluco do poder. Não me arrependo. Mas não vou passar pano para a defesa feita pelo Lula do Nicolas Maduro, um ditador, um tirano, que persegue a imprensa, os adversários, mantém presos políticos e banca grupos paramilitares, e milhares morreram na repressão dos protestos.

PERDE A CREDIBILIDADE

Ação como essa do Maduro leva o Lula a perder a credibilidade para o país liderar a América Latina.

MORRENDO PELA BOCA

O Bolsonaro perdeu a eleição pela boca, toda vez que falava alguma coisa se voltava contra a sua imagem. Foi um desastre verbal. Com esse episódio do Maduro que o Lula elogiou um ditador como sendo um democrata, o Lula começa morrer pela boca.

E AGORA, LULA?

E agora, com a agressão de seguranças do Maduro à jornalista da GLOBO Delis Ortiz e outros profissionais da imprensa? Ainda vão passar pano? Se agridem a imprensa brasileira na sua terra, imagine como é que são tratados os jornalistas na Venezuela.

FATOS DISTINTOS

Ter relações comerciais bilaterais, é uma coisa, enaltecer uma ditadura são fatos distintos. Até presidentes de esquerda, como do Chile, retrucou ser, sim, o Maduro um ditador. O mesmo fez o presidente do Uruguai. Lamentável e condenável o apoio do Lula a um ditador sanguinário E ainda o chamando de “companheiro”.

SEM MORAL PARA CRITICAR

Mas os bolsonaristas não têm moral para fazer críticas ao ditador Nicolas Maduro, porque depois da derrota na eleição passaram meses em frente aos quartéis do Exército clamando por um golpe militar para fazer do Bolsonaro um Ditador. Esqueceram? Só não deu certo o pretendido golpe, porque os militares em sua maioria não apoiaram. Quem não se lembra das loas do Bolsonaro ao príncipe e ditador da Arábia Saudita, cuja ditadura esquartejou um jornalista por fazer oposição? Nesta discussão da ditadura entre lulistas e bolsonaristas, é como o sujo falar do mal lavado. Estão todos no mesmo barco neste assunto.

PARA CONVESCOTES

Os deputados ficaram ontem esfuziantes na ALEAC, com a chegada das credenciais da UNALE. Até posaram para fotos. A UNALE nada mais é do que uma entidade que promove convescotes com os parlamentares pelo país afora. De prático não rende nada, só discursos vazios.

LEVANDO PEIA

O Lula vai levando uma peia atrás da outra na Câmara Federal. Ontem, perdeu outro enfrentamento com a aprovação do projeto do Marco Temporal, um golpe contra as etnias indígenas. Com esse Congresso altamente de direita e conservador, se o Lula não melhorar a sua articulação política vai perder uma votação atrás da outra. O governo do Lula hoje está enfraquecido no Congresso.

PRAGMATISMO POLÍTICO

Quando o governador Gladson Cameli elogia o presidente Lula por liberar recursos para a recuperação de trechos da 364 para o Juruá, atua de forma pragmática. Faz justiça. Até porque o Bolsonaro não liberou um centavo para a obra. Não se pode esquecer isso quando se fala no assunto.

ENTUPIU DE CECS

O governo Gladson só atingiu o teto prudencial na Lei de Responsabilidade Fiscal porque entupiu sem necessidade o governo de cargos de confiança, para agradar os políticos, recursos que poderiam ser usados para fins administrativos mais nobres.

TUDO DEFASADO

A deputada Antônia Sales (MDB), é uma lutadora pela melhoria do sistema de Saúde do Juruá. A sua denúncia que o instrumental do setor de ortopedia (próteses ortopédicas) está defasado, merece uma resposta pronta por parte do secretário de Saúde, Pedro Pascoal. Mas que seja prático e não fique na oratória.

TEM A VER O QUÊ?

Quer dizer que o governador Gladson assinou um documento em apoio à perfuração de poços de petróleo em território do Amapá? Sem sentido. O quê o Acre tem a ver com isso?

ELEIÇÃO É CAIXA DE SURPRESA

Quando fala sobre a eleição de Xapuri, o deputado Manoel Moraes (PP), verbaliza como o seu candidato já tivesse vencido a eleição para a prefeitura. Cuidado, Manoel! Eleição costuma ser uma caixa de surpresas.

PONTO FORA DA CURVA

Quem tem sido um ponto fora da curva na bancada federal do Acre, é a deputada federal Socorro Neri (PP), que tem votado com as pautas progressistas. No projeto do marco temporal ela e o deputado federal Zezinho Barbary (PP) votaram contra o projeto que permite invasão de terras indígenas e redução de suas reservas. Nem tudo está perdido na bancada federal do Acre.

É O ATRASO

O Congresso que está aí é o retrato do atraso ambiental, são pela devastação da Amazônia. E ninguém vai mudar esse contexto. O reflexo negativo internacional em termos de imagem do país será terrível. Não podia se esperar outra coisa de quem tem a cabeça limitada e moldada pelo atraso. Sonham com a Amazônia virando uma grande pastagem.

NÃO VAI DEMORAR

Nesta celeridade do governador Gladson em nomear carradas de afilhados de políticos para ocupar CECS, não vai demorar e se terá no estado mais cargos de confiança que servidores concursados.

FRASE MARCANTE

“Os jovens vão aos bandos; os adultos, aos pares; os idosos, sozinhos”. Ditado sueco