Se Bocalom não mudar, não consegue se reeleger, diz cientista político Nilson Euclides

O Programa Boa Conversa, apresentado pelos jornalistas Leônidas Badaró e Astério Moreira, no ac24horas, teve como convidado nesta sexta-feira, 26, o cientista político, Nilson Euclides. Além de ser um dos principais especialistas na área política no Acre, Euclides foi candidato ao governo do estado nas eleições passadas pelo PSOL, quando obteve pouco mais de mil votos.

Durante o programa, o professor Nilson, como é conhecido, fez uma análise sobre as eleições do próximo ano e também sobre as administrações do Governo do Estado e da Prefeitura de Rio Branco. Em sua opinião, a grande diferença entre os gestores do estado e do município é o carisma. “Existem três formas de dominação, uma delas é o carisma. O Gladson tem muito carisma, o que falta ao Bocalom. Em uma relação personalista como é no Acre, o Gladson leva muita vantagem. Apesar de ter um governo muito fraco, ele consegue ter o apoio popular”, afirma

Euclides declarou ainda que Bocalom tem muitos desafios para se reeleger. “Não se reelege se não mudar o discurso. Essa coisa, por exemplo, de dizer para um morador de um bairro da periferia que o Ruas do Povo é um assunto de responsabilidade do Estado não agrada ninguém. Quem está na ponta, sentindo o problema, quer o problema resolvido e isso é uma atribuição do município, onde as pessoas moram”, explica.

Já em relação à Gladson, quando o tema é eleição, Nilson diz que o governador não consegue transferir o seu carisma para outro candidato e que não tem um nome forte para a disputa da Prefeitura de Rio Branco e também para sua sucessão ao governo do estado. “Eu não acredito que o Alysson Bestene seja um candidato com condições de se eleger. O carisma é individual, ninguém consegue transferir, por isso falta alguém forte, tanto para disputar a prefeitura, como para disputar sua sucessão”, enfatiza.

Por fim, Nilson Euclides falou sobre a pesquisa, realizada pelo Instituto Delta e divulgada pelo ac24horas, que coloca o ex-prefeito Marcus Alexandre, que deixou o PT recentemente, e é disputado por vários partidos, entre eles o MDB e o PSD, com mais de 60% das intenções de votos. Apesar de faltar muito tempo ainda para a eleição, Nilson afirma que o ex-prefeito de Rio Branco, surge como grande favorito. “Ainda estamos a um ano e meio da eleição, então é muito cedo para dizer que o pleito eleitoral está resolvido, mas o que a gente percebe é que hoje Marcus Alexandre é o grande favorito e o Bocalom precisa correr contra o tempo para tentar equilibrar a disputa. Poderemos ter uma eleição polarizada entre os dois”, diz Euclides.

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