O desemprego voltou a cair no Acre no primeiro trimestre de 2023 e agora atinge 9,8% da população acreana, uma redução de 0,2 ponto percentual em comparação ao último trimestre do ano passado. O dado consta na atualização da PNAD Contínua Trimestral, divulgada no dia 18/5 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo a pesquisa, a queda da taxa de desocupação aconteceu somente em 11 estados. Bahia e Pernambuco, onde a informalidade é alta, apresentam as maiores taxas, com respectivamente 14,4% e 14,1% da força de trabalho desempregada. No Acre, a taxa de desocupação por sexo foi de 9,3% para os homens e 10,4% para as mulheres no primeiro trimestre de 2023. Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou em 7,9% para os brancos, 6,8% para os pretos e 10,5% para os pardos.
No trimestre, a população acreana na força de trabalho, caiu de 354 mil pessoas (último trimestre de 2022) para 331 mil, sendo que 298 mil estavam ocupadas e 32 mil desempregadas. Por outro lado, a população que mesmo em idade de trabalhar, estava fora da força de trabalho, subiu de 332 para 359 mil pessoas, ou seja, 27 mil pessoas deixaram o mercado de trabalho. Os principais indicadores da força de trabalho para o primeiro trimestre de 2023 constam na tabela abaixo:
1. Das 298 mil pessoas ocupadas, 135 mil estavam no Setor Informal
O Acre registrou uma taxa de informalidade de 45,1 % no mercado de trabalho no trimestre. No primeiro trimestre, havia 135 mil trabalhadores atuando na informalidade no período. Porém, o Acre alcançou a menor taxa de informalidade da Região Norte, superando o Pará (59,6%), Amazonas (57,2%), Rondônia (48,2%), Roraima (48,1%) Amapá (46,6%) e Tocantins (45,3%).
2. Desalentados saem de 24 para 30 mil pessoas que se sentem sem esperança de emprego no Acre
São 30 mil acreanos que, de tanto procurar trabalho e não conseguirem, desistiram até de tentar. Para o IBGE, eles estão em situação de desalento. No Acre, o percentual de desalentados (frente aos 354 mil da população na força de trabalho), saiu de 6,4% no trimestre anterior para 8,4% no 1º trimestre de 2023.
Cai o número de desocupados que procuravam trabalho há dois anos ou mais no Acre
No 4º trimestre de 2022, a PNAD Contínua captou que 35,2% da população desocupada estavam buscando trabalho há 2 anos ou mais. Esse percentual que vinha diminuindo, pois era de 37,6% no terceiro trimestre de 2022, caiu ainda mais, agora está em 26,6% (9 mil pessoas).
O rendimento médio real mensal habitual no Acre foi de R$ 2.318, ficando estável ao quarto trimestre de 2022 (R$ 2.316) e abaixo ante o mesmo trimestre de 2022 (R$ 2.385). No trimestre, todas as regiões apresentaram estabilidade, com exceção do Nordeste (R$ 1.979), onde houve aumento. Na comparação anual, houve expansão em todas as regiões.
3. Somente o setor do comércio (2,3%) teve resultado positivo, indústria ficou estável e demais setores perderam vagas entre o 4º trimestre de 2022 e o 1º trimestre de 2023.
Quando se analisa os números dos empregos gerados por cada um dos setores da economia, conforme demonstrado no gráfico a seguir, verifica-se que, comparando-se o quarto trimestre de 2022 com o de 2023, quatro setores apresentaram perdas no número absoluto dos empregos, destaque para a queda na agropecuária (-21,5%), administração pública (-7,1%), construção (-2,3%) e outros serviços (-5,3%). Somente o setor do comércio (2,3%) teve resultado positivo. O setor da indústria manteve-se estável no período.
Quando a comparação acontece entre os 1º trimestres de 2022 e 2023, verifica-se que somente o setor de serviços (3,4%) teve resultado positivo, os demais apresentaram resultados negativos. Dados disponíveis no gráfico a seguir.
O percentual de empregados com carteira assinada no setor privado no Acre foi de 67,9%. Os maiores percentuais de empregados com carteira estavam em Santa Catarina (88,2%), Rio Grande do Sul (82,2%) e São Paulo (81,1%) e os menores, no Maranhão (50,8%), Pará (51,2%) e Piauí (51,7%).
O percentual da população ocupada do Acre trabalhando por conta própria foi de 28,2%. Os maiores percentuais eram de Rondônia (37,3%), Amazonas (32,5%) e Amapá (32,3%) e os menores, do Distrito Federal (20,7%), Tocantins (21,3%) e Mato Grosso do Sul (22,3%).
Analistas do IBGE interpretam que após um ano (2022) de recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia, em 2023, parece que o movimento sazonal de aumento da desocupação no começo do ano está voltando ao padrão da série histórica.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas!
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