Reportagem exclusiva da Rede Amazônica Acre exibida nesta quarta-feira, 17, mostrou depoimentos de vítimas que acusam o agora ex-padre Fábio Amaro Costa de abuso sexual. Ele foi indiciado pela Polícia Civil do estado por suspeita do cometimento dos crimes contra os jovens que frequentavam a igreja católica à época dos fatos.
Conforme as denúncias, em um período de pelo menos dois anos, Fábio Amaro levava os adolescentes para a sede da paróquia Cristo Libertador, onde ele congregava, na região da Baixada, na periferia da capital acreana. No local, havia um quarto onde o então religioso cometia todas as formas de abuso contra as vítimas.
Uma das vítimas, do sexo masculino, conta que Amaro o fazia tocar em suas partes íntimas ao mesmo tempo, em que tocava o rapaz. Outra, uma adolescente, contou que ele chegou a tirar a roupa em sua frente e passar o órgão genital nela. Em ambos os casos, as vítimas relataram ameaças feitas pelo então religioso.
O bispo Dom Joaquim Pertiñez, da Diocese Rio Branco disse à Rede Amazônica que o padre foi afastado do ministério logo que ele teve conhecimento das acusações.
“Depois de um tempo, aconselhei que ele pedisse a dispensa do celibato antes que acontecessem coisas piores. E ele, após relutar muito, pediu, e depois de três meses a Santa Sé concedeu”, explicou o bispo.
Fábio Amaro foi ouvido em depoimento prestado no município de Arcoverde, no estado de Pernambuco, onde estaria vivendo, mas negou as acusações, disse desconhecer os jovens que o acusam e, até mesmo, o acordo que fez com o bispo Dom Joaquim.
No Acre, a delegada Mariana Gomes disse que foram reunidos elementos que comprovam as declarações de uma das vítimas à polícia.
“Existem indícios de que ele praticou abusos com relação a outras pessoas”, afirma a delegada à reportagem.
A reportagem afirma que tentou por diversas vezes falar com Fábio Amaro, mas sem sucesso. Em uma das ocasiões, uma senhora que se identificou como mãe dele disse que o ex-padre havia viajado em busca de emprego e que ela não sabia a data de retorno.
No encerramento da reportagem, o rapaz que diz ser vítima do ex-religioso pede justiça.
“Que o padre pague por esse crime e, também, que esse relato meu seja uma oportunidade de que, se houverem outras pessoas que passaram pelo que passei, que tenham um pouco de coragem, também, de denunciar e que a gente possa unir forças e assim entregarmos esse criminoso à polícia”.
Com informações da Rede Amazônica, em reportagem de Samia Roberta e produção de Crislei Souza.
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