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Exclusivo: homem que atropelou cachorro e espancou esposa teve overdose 2 dias antes

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A advogada Jarlene Luana Costa Silva, que expôs o ex-marido após ele ter sido flagrado atropelando e arrastando um cão na noite do último domingo, 16, deu detalhes sobre o relacionamento marcado pela violência.


Jarlene conta que o início do relacionamento transcorreu sem qualquer problema. Paulo Sérgio de Oliveira chegou a contar para a então esposa que já havia experimentado drogas no passado, mas negou que ainda fosse usuário. Extrovertido e defensor dos direitos dos animais, Paulo participou de campanhas de arrecadação de fundos para proteção dos bichos.


Foto: Paulo Sérgio de Oliveira I rede social/reprodução

Nos últimos dois anos, no entanto, Paulo passou a demonstrar comportamento estranho e violento. “Se eu tentava tomar a chave do carro, ou se ele se sentia confrontado, partia pra cima”, explicou Jarlene.

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A primeira agressão: “nunca me deu tapas, só socos”

“Eu descobri várias traições, quando o confrontei ele não gostou. Falei que ele tinha que sair [de casa] e ele foi pra cima de mim. Nunca me deu tapa, só socos, e neste dia eu desmaiei com os pontapés. Ele dizia que ia sair disso [do abuso de drogas], parar de usar, e eu perdoava porque via que ele estava se esforçando, arrumando trabalho, direitinho. Mas na terceira recaída eu disse: ‘não quero mais’, então ele estava vivendo de favor aqui em casa”, explica Jarlene.


Foto: marcas de agressão de Jarlene Luana I arquivo pessoal/reprodução

Jarlene salvou a vida de Paulo dois dias antes de sofrer agressões

Após cerca de um ano sóbrio, na sexta-feira, 15, Paulo teve uma recaída.


“Ele sentou no computador e começou a tremer, eu pensei que estava fingindo pra chamar a atenção. Mas ele foi caindo, a língua foi enrolando, foi ficando roxo, depois preto, e eu vi um cadáver na minha frente. Fiz massagem cardíaca que vi uma vez alguém explicando como fazer, bati no peito dele e ele voltou a respirar. O SAMU retirou ele daqui e eu pensei que depois desse susto ele iria mudar”, disse.


O atropelamento do cão

Na noite do domingo, 17, segundo a ex-mulher, Paulo tomou o carro sem permissão com a intenção de comprar drogas. No percurso, atropelou, arrastou e abandonou o animal. De volta à casa de Jarlene, falava coisas que até então, não faziam sentido: “Ele dizia que estava amaldiçoado porque matou um cachorro, que ia pro inferno, e não me deixava dormir porque mesmo dormindo ele falava bastante, mas eu não sabia do que ele estava falando então não levei à sério”.


O dia após o acidente: “ele gosta de bater no olho”

Foto: carro usado no atropelamento ainda tinha marcas de sangue na manhã de hoje I Whidy Melo/ac24horas

“No outro dia [ontem, 17], vi o carro batido com sangue no parachoque, me apavorei. Ainda drogado, ele explicou que tinha atropelado um cachorro e começamos uma briga. Chamei de irresponsável, disse que ele poderia ter matado uma pessoa, pedi e implorei que ele saísse da minha casa, pois as malas dele já estavam prontas há muito tempo. Ele disse ‘ah é, vagabunda, tu quer apanhar?’, e aí começou a me bater. Bati com uma garrafa de alumínio bem grossa várias vezes na cabeça dele e ele não desmaiava, não saía de cima de mim tentando me enforcar. Me deu uma gravata e um soco que eu consegui desviar para o queixo, porque ele gosta de bater no olho”.


Após a briga, Jarlene conta que ameaçou ligar para a polícia. Com medo de ser preso, Paulo tomou rumo ignorado.


A divulgação do vídeo: “na próxima vez ia ser comigo”

Foto: imagens de câmera de segurança mostram Paulo Sérgio após atropelar cachorro – Fonte: ac24horas

Já na parte da tarde da segunda-feira, 17, Jarlene abriu uma rede social e se deparou em seu feed com um vídeo do acidente, e reconheceu o seu carro. “fiquei desesperada. Estavam falando em procurar a casa, bater. Entrei em contato com a Patinha Carente e expliquei que o carro era meu, mas que não compactuava com os fatos. A ideia era ir à delegacia para denunciar o atropelamento da cachorra, mas a Vanessa Facundes [ativista da causa animal] me convenceu a registrar uma queixa de violência doméstica”.


“Eu não denunciei violência doméstica antes porque a pessoa que eu conheci não é a mesma que me bate, não é a pessoa que é viciada em cocaína. Me apaixonei por um homem completamente diferente. Mas precisou daquele vídeo pra entender que na próxima vez não ia ser um cachorro, ia ser comigo”.


Uma medida protetiva foi expedida em favor de Jarlene, que espera que Paulo seja encontrado logo para ser notificado. Paulo Sérgio de Oliveira tomou rumo ignorado e foi visto pela última vez na manhã de hoje, 18, num posto de lavagem de carros visivelmente alterado, segundo uma testemunha.


Pedido à reportagem

Jarlene Luana Costa Silva pediu à reportagem que frise a necessidade de as mulheres denunciarem casos de violência doméstica. Ela lamenta que tenha demorado para registrar um boletim de ocorrência contra o ex-marido.


Em caso de violência doméstica, ligue 190 ou 180. O Ligue 180 é um serviço de utilidade pública essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher. Além de receber denúncias de violações contra as mulheres, a central encaminha o conteúdo dos relatos aos órgãos competentes e monitora o andamento dos processos.


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