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Exportações acreanas caem 43,5% no primeiro trimestre; soja apresentou a menor queda (-8,9%)

Foto: Arquivo/ac24horas

Conforme dados divulgados no dia 05/04 pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações totais do Acre em março caíram 39% em relação a março de 2022 e 12,4% em relação a março de 2021. É o menor valor para um mês de março dos últimos 3 anos. Em relação às exportações acreanas nos primeiros três meses do ano, verifica-se uma redução de 43,5% em relação ao ano passado e de 21,9% em relação a 2021.



Os resultados para os meses de janeiro e fevereiro de 2023 ficaram muito abaixo daqueles verificados em 2020, 2021 e 2022. O resultado de março foi superior ao de 2020, mas inferior aos de 2021 e 2022. 



Quando consideramos os produtos exportados por grupos, verifica-se que, invariavelmente, todos os grupos tiveram quedas no primeiro trimestre de 2023. A maior veio do grupo de suínos e derivados (72,1%), seguido pelo de madeira e derivados (67,2%) e pelo de castanha (65,6%). As menores quedas vieram dos grupos de soja e milho (8,9%), bovinos e derivados (30,2%).


As exportações de soja têm um papel muito importante nos números do comércio internacional do Acre. São nos meses de março e abril que acontece o grosso das exportações de soja no Acre.  Em março de 2023, o valor de exportação da soja alcançou US$ 4,9 milhões, ficando 24% abaixo do mês de março do ano passado (US$ 6,5milhões) e 47% acima do valor do mês de março de 2021(US$ 3,3 milhões), conforme gráfico abaixo. 



O Peru foi o maior destino das exportações do Acre no primeiro trimestre de 2022 e a Turquia em 2023 


Na tabela abaixo destacam-se os 10 principais destinos das exportações acreanas para o primeiro trimestre de 2022 e 2023. Nota-se que em 2022, os cinco maiores destinos (Peru, Turquia, Bolívia, Holanda e China) representara, 61,2% das exportações enquanto em 2023, os cinco primeiros (Turquia, Espanha, Portugal, Peru e Hong Kong) representaram 58,2%.


Chama a atenção às exportações para os países vizinhos (Peru e Bolívia) que apresentaram quedas significativas entre 2022 e 2023. Nos três primeiros meses do ano passado as exportações para estes países representaram 31,7%, enquanto em 2023 representaram somente 13,7%. Esse resultado está diretamente ligado a queda de mais de 65% das exportações, principalmente para o Peru.


Em 2021, a soja começou a aparecer nas estatísticas das exportações do Acre de forma significativa. Para o mês de março dos últimos 3 anos, ela representou, de tudo que o Acre exportou, 46,8% em 2021, 62,9% em 2022 e agora 78,5%, em 2023. A soja já representa 47,9% de tudo o que o estado exportou nos três primeiros meses de 2023.



Em relação as exportações da soja, os destinos em março de 2022 foram: Turquia US$ 2.272.355 (35,2%); China US$ 1.402.461(21,7%); Espanha US$ 1.241.761 (19,2%); Argélia US$ 940.903 (16,5%); Holanda US$ 470.903 (7,3%) e Portugal US$ 135.911 (2,1%).


Em 2023, as exportações concentraram-se na Turquia US$ 2.522.488 (51,7%); Portugal US$ 996.197 (20,4%); Espanha US$ 593.491 (12,2%); Omã US$ 544.951 (11,2%) e Argentina US$ 185.184 e Peru US$ 193.584 (3,8%)


Os dados são preocupantes, pois sabemos que a madeira está sofrendo uma forte fiscalização dos órgãos fiscalizadores; a castanha apresentou uma queda significativa nos seus preços, impactando no mercado; as exportações de carne sejam bovinas e/ou suínas precisa ainda resolver questões sanitárias para se firmarem no mercado internacional, pois oferta temos e não é problema, principalmente a bovina. Salvou-se a soja que continua firme no mercado e evitou que a queda das exportações acreanas não ficasse ainda maior que a do mesmo período de 2022.



Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas