Apesar de não ter alcançado a marca histórica de 18,40 metros (2015), a cheia do Rio Acre que afeta milhares de moradores desde o final de março já é considerada a maior enchente do manancial em termos de proporção de desastre. A afirmação é da Defesa Civil Municipal da capital acreana.
De acordo com o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Cláudio Falcão, a proporções e a forma como se deu esta alagação em 2023 são totalmente atípicas. “Tivemos transbordamento de Igarapés e do rio no mesmo dia e, desta vez, o rio Acre não deu aviso e saiu de uma cota de 8,90m para 16m ultrapassando rapidamente as cotas de atenção, de alerta e de transbordamento, tudo isso trouxe muitas dificuldades para que a gente prestasse socorro adequado”, explica.
Mais de 5 mil pessoas já foram atingidas pela inundação, tanto na zona urbana quanto na zona rural. “Olhando tudo isso dá para ver que nós estamos na maior tragédia já acontecida em Rio Branco com o nosso rio Acre e os seus Igarapés. A situação é desoladora, é muito triste, a gente vê que produtores rurais perderam tudo, perderam seus plantios. Realmente é uma tragédia”, avalia o prefeito, Tião Bocalom.
Desde a enxurrada que ocasionou a cheia, o nível do Rio Acre só tem aumentado, com poucos sinais de vazante. Na manhã desta segunda-feira, 3, o manancial marcou às 9h 17,70 metros. Além dos bairros inundados, há ainda a situação de balseiros que ameaçam a segurança da ponte Metálica.
Segundo a Defesa Civil, o rio subiu numa velocidade muito grande nos últimos dias, atingindo mais de 40 bairros atingidos. O número de pessoas afetadas pela enchente em Rio Branco já passa de 56 mil e na zona rural há comunidades isoladas.
Nas cabeceiras de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia e Xapuri o rio está baixando, mas há aumento no riozinho do Rola e em Capixaba, elevando consequentemente o nível do rio na capital
A Prefeitura de Rio Branco disponibilizou recursos para atender as famílias afetadas. “Dizer que temos condições de resolver de uma vez, não temos, e ninguém tem, mas estamos fazendo o possível”, afirma Bocalom.
