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Especialista diz que 66% das pessoas com autismo pensam em suicídio e cobra políticas públicas

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O médico da família e especialista no tratamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Mazinho Maciel, participou do programa Bar do Vaz nesta quinta-feira, 30, e revelou como identificar crianças com autismo, métodos de tratamento e também falou de estatísticas negativas e preconceito de parte da sociedade.


Segundo o especialista, para a identificação do transtorno é necessário um preparo especializado, estudo que foi primordial para a identificar o problema da sua própria filha, a pequena Laura. “Requer estudo apurado e específico. Minha trajetória começou com minha filha quando começou a apresentar comportamentos não esperados para a idade. Então, tive que arregaçar as mangas, estudar e me formar e me capacitar. Eu me dedicava e hoje a Lara é outra criança”, comentou.

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O especialista revelou que os pais têm papel fundamental na evolução do desenvolvimento do filho, porém, é necessário iniciar o tratamento o quanto antes. “Tem o marco do desenvolvimento, o médico que acompanha vai vendo a evolução, a partir que você percebe que a criança com 2 anos saiu do marco do desenvolvimento, aí tem que observar”, explicou.


Maciel disse ainda que os pais precisam aceitar o problema para obter sucesso no desenvolvimento da criança diagnosticada com autismo. “Tem a fase da aceitação, quanto melhor o aceitar, melhor para que ela se desenvolva. Não é fácil. É extremamente necessário o envolvimento da família no tratamento da criança. O carinho e a atenção vão ajudar, mas é necessário de quem vai cuidar saber lidar”.


Ao revelar estudos sobre o TEA, o médico contou que um grande percentual de pessoas com autismo já pensaram em se suicidar. Por conta das dificuldades, Maciel pediu políticas públicas às pessoas carentes. “O autismo nunca vem só, são as comorbidades. Hoje 66% das pessoas das pessoas que estão dentro do Espectro Autista já pensaram em suicídio, 34% tentaram e 11% a 14% acabaram tirando a vida. Por isso é necessário informações e políticas públicas a pessoas que não tem condições. Se ela não receber tratamento, ela vai evoluir negativamente”, declarou.


O profissional que atende em Cruzeiro do Sul e também em Rio Branco frisou que se a família não estiver envolvida, o tratamento não evolui. “Se a família não aceitar, não estiver envolvida, será em vão”, ressaltou.


Ao jornalista Roberto Vaz, Mazinho afirmou que a principal causa para que uma pessoa seja diagnosticada com autismo é a origem genética. Além disso, ele recomendou que os pais saibam lidar com o filho no dia a dia. “É de origem genérica e se buscar na família vai encontrar. Existem também 18% de infecções. É obrigação do pai observar se a criança está evoluindo bem. Daí o profissional vai analisar com ajuda dos terapeutas e é preciso cuidar e como fazer. Na verdade o não dito é o não mantido. É possível e necessário [dizer não]. Com a criança típica, nós não podemos dizer sim sempre, para uma autista é um ponto a ser cobrado”, argumentou.


Preconceito

O especialista detalhou que como pai de um autista já presenciou atos de preconceito com sua filha e revelou que a atitude é dolorosa. “O julgamento e olhar é prejudicial. Pelo fato de ser médico eu já passei por isso e eu tinha que entender que aquela pessoa não sabe o que está fazendo e pensando. Eu vivi isso e me tornei ativista. É um tema novo”, exemplificou.


Ainda sobre o tema, Mazinho acrescentou que muitos homens abandonam as esposas quando descobrem que o filho é autista. “É comum o camarada abandonar a esposa quando descobre isso”, mencionou.


ASSISTA A ENTREVISTA:


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