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Com desemprego de 13%, Rio Branco possui a quarta maior taxa dentre as capitais do país

Por
Orlando Sabino

Segundo a Pnad Contínua, do IBGE, em Rio Branco, a taxa de desemprego atingiu 13,0% no quarto trimestre de 2022. Dentre as capitais dos estados brasileiros, a taxa de Rio Branco foi a quarta maior, sendo superada somente por Salvador, com 14,3%, Recife e Aracajú, com 13,1%, respectivamente. A capital do Acre tinha 24 mil desempregados no final de 2022. Lembrando que, no mesmo período, a taxa de desemprego do Acre ficou em 10%, a oitava maior dentre os estados da federação.


A taxa de desemprego entre as mulheres da capital ficou em 13,4%.


No contexto dos quase 24 mil desempregados em Rio Branco, 11 mil eram mulheres, com uma taxa de desemprego de 13,4%. A taxa para os homens foi de 12,7%, 13 mil pessoas do sexo masculino, conforme pode ser observado no gráfico abaixo:



A Taxa de subutilização da força de trabalho na capital é um pouco maior que a média estadual.


Um outro indicador que demonstra a vulnerabilidade dos trabalhadores no mercado de trabalho de Rio Branco é a Taxa de Subutilização da Força de Trabalho. A Subutilização é um conceito construído para complementar o monitoramento do mercado de trabalho, além da medida de desemprego, que tem como objetivo fornecer a melhor estimativa possível da demanda por trabalho e ocupação. Ela é composta pelas pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas, pelos desocupados e pela força de trabalho potencial.


A taxa para o Acre foi de 20,2%. O da capital ficou em 20,6%, conforme pode ser verificado no gráfico a seguir. O indicador é muito influenciado pela alta taxa de desocupação e, principalmente, pela força de trabalho potencial.  A taxa de 22,1% para as mulheres, indica que a volta delas ao mercado de trabalho depois da pandemia, ocorreu de forma precária, com um alto número delas ainda subocupadas. 



Rendimento médio recebido pelos ocupados em Rio Branco é 15,6% maior que a média paga no estado como um todo.



Em termos de rendimentos em reais, a capital remunera melhor a sua força de trabalho em cerca de 15,6% a mais que a média estadual. Conforme pode ser observado no gráfico ao lado, onde observa-se que as mulheres, além de maior desemprego, recebem menos (monetariamente) que os homens. A explicação para essa constatação é que, por ser a capital, Rio Branco, concentra uma população com maior rendimento, principalmente dos funcionários públicos federais, estaduais e municipais.


Rio Branco contempla 160 mil trabalhadores na força de trabalho, valor que representa 50,3% de toda a força de trabalho do Acre no final de 2022. Por outro lado, Rio Branco contemplava 71,4% de diretores e gerentes; 66,7% dos membros das forças armadas, policiais e bombeiros militares; 65,6 % dos trabalhadores de apoio administrativo; 60,0% dos profissionais das ciências e intelectuais; 58,3% dos técnicos e profissionais de nível médio; 54,9% dos trabalhadores dos serviços, vendedores dos comércios e mercados e 53,8% dos trabalhadores qualificados, operários e artesões da construção, das artes mecânicas e outros ofícios, somente para citar alguns.


Esse é o motivo também pelo qual a massa salarial da capital corresponde a mais de 58% da massa recebida mensalmente pela força de trabalho ocupada do Acre como um todo, com uma massa estimada em R$ 712 milhões/mês, Rio Branco gera R$ 419 milhões, conforme o gráfico a seguir.



O desemprego de Rio Branco é considerado estrutural, pois se estende ao longo do tempo, e não conjuntural, resultante de um conjunto pontual específico de condições econômicas. Não é por acaso que das capitais com maiores taxas de desemprego, 3 são do Nordeste (Salvador, Recife e Aracajú) e uma do Norte (Rio Branco). 


A concentração econômica das atividades produtivas do país nas regiões Sul e Sudeste, especialmente em São Paulo e os desafios das instâncias governamentais, em caráter nacional, estadual e municipal, para realizar e atrair investimentos às regiões mais deprimidas economicamente, parece a maior causa estrutural. Infelizmente o IBGE não forneceu o desemprego para os demais municípios acreanos, mas é premente também, a necessidade de redução das desigualdades internas, de forma a criar empregos nas regiões e evitar o êxodo interestadual. 



Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas.


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