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Ainda a CPMI de 8 de janeiro. Quanto custa uma assinatura?

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Valterlucio Campelo

Recomenda-se ao articulista que evite tratar duas vezes do mesmo assunto, afinal, há tanta coisa acontecendo no mundo, tantas decisões sendo tomadas que mesmo uma coluna diária deixaria de fora fatos importantes. Ainda assim, trago aos leitores que me honram com sua atenção semanal, a questão da CPMI de 8 de janeiro, aquela que pretende apurar verdadeiramente os fatos ocorridos naquilo que a esquerda e seus títeres nos três poderes resolveram denominar de “atos golpistas praticados por terroristas”. Nos Estados Unidos, onde não se compram assinaturas nem calam a imprensa, a verdade começa a ser apresentada por Tucker Carlson.


Duas séries de fatos recentes merecem destaque. Uma é a saga do jovem deputado cearense André Fernandes, autor da proposta, e do Senador Rogério Marinho, para colher o mínimo de assinaturas necessárias (171 na Câmara e 27 no Senado) para instalação da CPMI. Não foi nada fácil encontrar, até entre parlamentares que se elegeram em partidos à direita, quem tivesse a necessária coragem. O tal congresso conservador não é tão conservador assim, ou tem muita gente dormindo na cama alheia, se é que me entendem.


No Senado parece ter sido mais fácil. É que, vindo de uma eleição no Senado, Rogério Marinho tinha à mão uma lista de quem verdadeiramente está à direita e, portanto, poderia assinar. Inclusive alguns que não votaram nele na disputa, como é o caso do nosso Senador Marcio Bittar, cujos motivos foram justificados recentemente em entrevistas no Acre. O resultado é que a CPMI alcançou o número de assinantes suficiente para ser instalada. 


A outra série de fatos vem do STF, de onde partiram em doses, decisões de liberar da prisão “terroristas” como aquela da foto acima. Neste dia 8 de janeiro, como se presenteando as mulheres, o Supremo liberou mais 149 delas. Ora. Se houvesse respeito com as mulheres, elas não teriam sido subjugadas, psicologicamente maltratadas, humilhadas e presas por dois meses como se fossem criminosas. Senhoras que jamais haviam sequer entrado numa delegacia, pessoas simples, mães de família, empresárias, avós, profissionais liberais, enfim, pessoas que jamais deveriam ter sido apontadas como criminosas, mas foram indignamente tratadas pelo estado brasileiro que se diz democrático.


Pois bem. Paralelamente, a coleta de assinaturas e as doses de liberdade emanadas do Supremo, o planalto reagiu e agiu. Constam várias declarações de deputados federais e reportagens, dando conta que o Lula, sempre ao seu estilo, partiu para a compra de votos, digo, de assinaturas. O deputado eleito Zé Trovão denunciou a ação imoral do palácio. Em “LIVE”, o deputado goiano Gustavo Gayer, explicou direitinho a sujeira petista. O excelente deputado gaúcho Marcel Van Hattem Aqui e Aqui foi à tribuna da Câmara dos Deputados lamentar a compra de assinaturas contra a CPMI e dizer das presas nos porões federais, além de escancarar a hipocrisia petista. Fico por aqui nos exemplos.


Há uma respeitável sabedoria de gente muito experiente, inclusive parlamentares, que dizem o seguinte “uma CPMI como esta vai terminar em pizza, então é melhor nem começar”. Pode ser, quem sou eu para contestar os sábios? Porém, lembro que Ulysses Guimarães dizia o seguinte: “CPI a gente sabe como começa, mas não como termina”. Parece que Lula e seus sequazes acreditam no Ulysses e querem matar a CPMI no nascedouro, ou melhor, querem abortá-la. 


Não faço a mínima ideia se a CPMI em causa vai dar em pizza por garroteamento, por manipulação ou por escassez de fatos mesmo. Também não sei se fará como a CPMI dos Correios que iniciou no forno, com pizzaiolo e tudo, e terminou no mensalão derrubando trocentos ministros, líderes partidários e parlamentares. Muitas carreiras políticas nefastas e muita sujeira saiu pelo esgoto que aquela CPMI destampou. Quem não lembra, ou era muito jovem à época, dá uma googada básica. Foi lá que a máscara petista foi retirada e sua face de mercador de votos ficou à mostra.


De qualquer modo, penso que a CPMI já mostrou algo. O quê? Ora, as assinaturas. Do Acre, tem seis (quatro deputados e dois senadores). Em cada estado os parlamentares mostraram a cara. Quem na Câmara dos Deputados, ou no Senado, assinou o pedido de CPMI demonstra com certo custo, que está disposto a enfrentar corajosamente os fatos, e apurar o que aconteceu verdadeiramente no dia 8 de janeiro na esplanada e depois, quando quase duas mil pessoas foram levadas à prisão. Quem não assinou, não pertencendo aos partidos de esquerda, deve ter bons motivos que desconheço.


Depois que a criação do balcão onde o Lula compra assinaturas se tornou pública, ruim mesmo fica para quem retirá-las. Não encontro, por mais que reflita, razões para quem foi eleito se dizendo defensor da democracia, da ética, do estado de direito, das minorias, do devido processo legal… impeça, por qualquer modo, que sejam apurados os fatos de 8 de janeiro. Entendo que a narrativa em torno deles e seus efeitos sobre a democracia brasileira e mais de milhar de pessoas são muito importantes. Se os fatos não forem apurados, vigerá para sempre a versão fantasiosa de que a democracia brasileira foi ameaçada por pessoas de bem como a senhora da foto que ilustra o presente texto, nossa conhecida que, creio, continua esperando a solidariedade de muita gente boa.



Valterlucio Bessa Campelo escreve regularmente no ac24horas às sextas-feiras.


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