O que era para ser uma sessão pacata na Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 28, passou por um episódio curioso entre os deputados Afonso Fernandes (PL) e Edvaldo Magalhães (PCdoB), que desde o início desta nova legislatura vem se estranhando publicamente, com o parlamentar oposicionista sempre calando o governista.
A nova arenga iniciou quando Afonso afirmou que está em defesa do cadastro de reserva do Idaf e dos trabalhadores. “Vamos lutar para que essa situação se resolva”. Porém, ao se empolgar, lembrou que isso seria uma “herança indigesta” dos governos do PT, grupo ao qual o parlamentar, como empresário e dirigente partidário fez parte.
Fernandes lembrou que Gladson, em seu 1º mandato, recebeu uma herança indigesta com salários atrasados, contas acima do limite prudencial, e muitos outros problemas. O deputado citou a cerimônia de posse dos novos professores e lembrou que faltam apenas pouco mais de cinquenta docentes para encerrar o cadastro de reserva da Educação.
Ele reforçou que seguirá falando da herança indigesta que Gladson recebeu, o que prejudica o andamento de várias ações.
Vendo o posicionamento do colega, o deputado Edvaldo Magalhães rebateu que não tem o costume de fazer debate pessoal, mas o colega Afonso Fernandes “ouviu o galo cantar e não sabe onde”.
“Só para lembrar, deputado, a convocação do cadastro de reserva foi fruto de mobilização desta Casa. Houve momento que o governo falou que não convocaria ninguém, mas a mobilização o fez mudar de posição”, disse, contrapondo o discurso de Fernandes que falou em “herança indigesta” que o governo Gladson Cameli.
“Vossa Excelência se empazinou no governo de Tião Viana e vem aqui falar do governo dele. Não dá para falar de corda em casa de enforcado”, rebateu o oposicionista, lembrando que a empresa terceirizada ligada ao deputado, a Red Pontes, é uma das que mais atrasa salário no Estado.
“Sou daqueles que come em um prato não cospe no prato que comeu. Quando você é ingrato com um certamente será ingrato com outro. Gladson, tome cuidado com os aliados que você tem”.
Fernandes acompanhou o discurso de contraponto de Edvaldo em silêncio, apenas balançando a cabeça, mas logo em seguida ele subiu novamente na Tribuna que foi eleitor do colega Edvaldo Magalhães quando este foi candidato a senador em 2010. Ele se defendeu e negou que tenha se empazinado no governo de Sebastião Viana, afirmando que se assim fosse, Edvaldo Magalhães teria se empanturrado.
Ele explicou que sua empresa, a mesma citada pelo deputado Edvaldo, tem mais de 19 anos e tem prestado o que considera relevantes serviços ao Estado através da limpeza hospitalar. A empresa, diz ele, trabalhou vários meses sem receber pagamento, pois o processo licitatório estava em curso. “Já pensou se a empresa deixasse de prestar esse serviço para o Estado?”, questionou, afirmando que não se elegeu para polemizar com os colegas e é da base aliada, defendendo o governo quando assim considerar necessário.”Eu vou ficar com você até o final do seu mandato Gladson”, disse.
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