O que tinha tudo para ser apenas um hobby ou atividade temporária acabou se tornando o ponto de partida principal na vida da advogada Gecileide Lins. Hoje ceramista profissional, é proprietária da primeira escola de cerâmica no estado e já formou mais de 80 pessoas entre crianças, adultos e idosos na arte do manejo com argila. O Aquiri Ateliê de Cerâmica está localizado no bairro Bela Vista, em Rio Branco, desde que começou a funcionar, em 28 de novembro de 2021.
Desde então, o espaço vem colhendo frutos do sucesso, seja com seus projetos e criações ou com os alunos encantados com o mundo da cerâmica. Atualmente, uma das peças mais procuradas pelos clientes é a manteigueira francesa, feita com massa cerâmica, uma argila preparada para queima em alta temperatura. “Virou objeto de desejo de todo mundo. Era produzindo e acabando. Ela tem um funcionamento na cerâmica impressionante”, diz a artista.
Outros produtos que têm esgotado no ateliê são aqueles produzidos com folhas da Amazônia, como de cupuaçu, cacau e castanheira. Ela explica que tudo começou durante a pandemia de Covid-19. “Eu estava em busca de algo novo para fazer, de melhorar o meu destino e trajetória. Comecei a cuidar de plantas, até que uma pessoa muito especial me levou até um ateliê de cerâmica que tem do outro lado da cidade, O Sagrado Barro. Foi como se o céu abrisse, uma luz entrasse na minha cabeça e uma inspiração tomou conta de mim de com uma força tão grande que eu pensei ‘vou fazer isso`”.
Daquele dia em diante, Lins passou a procurar todas as referências de cerâmicas que poderiam aparecer. Teve contato com cerâmicas de fora, comprou peças e se inscreveu em vários cursos onlines que surgiram durante a pandemia. “Comecei a entrar em contato com essa massa cerâmica, que é um barro preparado com minerais, óxidos e outros elementos para aguentar a estrutura de queima e alta temperatura”.
Segundo ela, quando teve contato com o material a primeira vez também foi um momento mágico, tanto que pensou em entrar na cerâmica sem desistir de tentar acertar. Gecileide conta que mesmo sendo advogada, seu lado artístico sempre existiu. “Logo conheci uma mulher que tinha um ateliê muito pequenininho, a Marquilene. Ela tinha um forno, materiais, barro, muito mais do que eu tinha. Já no primeiro dia ela me entregou a chave mesmo sem me conhecer e disse que eu poderia ficar indo pra lá. Ficava noite adentro no ateliê, tudo aquilo que eu aprendi nos cursos onlines eu colocava em prática e lá meu aprendizado foi exorbitante”.
Antes do Aquiri surgir, Rio Branco não tinha um lugar em que as pessoas pudessem aprender a fazer cerâmica, não tinha escola. Hoje, é um espaço em que cada ponto foi criado para esse trabalho. “Enquanto eu estava no ateliê de Marqueline eu chamei amigas para testar a aula, para ver quanta capacidade eu já tinha. Nesse grupo de 5 amigas, mesmo que fosse individualmente, eu consegui dar aulas para elas e passar tudo o que eu já sabia naquele momento”, relembra.
Foi nesse momento que a advogada percebeu que sua paixão pela cerâmica seria para sempre. “Não, tinha mais volta e era isso mesmo que eu queria. Aí fui fazer bastante aulas, fui aprender realmente como funcionam os ateliês de aulas, visitei vários outros para buscar inspiração e ter qualidade no meu produto e ser referência aqui no Acre”.
Hoje, sua ideia é levar um pouco do Acre para o mundo através da cerâmica. “Ainda não consegui 100%, cada vez mais clareia as minhas ideias nessa parte da coleção amazônica. Eu tenho muitos projetos para desenvolver com os indígenas também e eles me procuram bastante para ajudar em algumas partes dos processos deles. E isso é muito importante”, comenta.
Além de ser uma escola, o ateliê pode ser usado para execução do trabalho, onde a pessoa faz as queimas com o suporte de materiais, do local e da loja. “Comecei um projeto de receber outros artistas no ateliê, para que fosse um espaço frequentado para outras atividades. Já emprestei o ateliê para que chefes fizessem jantares ou eventos, para feira das mulheres empreendedoras, onde através dessa feirinha que o público começou a frequentar o ateliê e eu atingi de alguma forma peças para vender”, destaca.
A ceramista pretende ainda criar uma comunidade. “Já tenho até alunos que criaram seus ateliês, que já compraram forno. E era esse o meu desejo maior, que a cerâmica ficasse mais conhecida e que todos quisessem fazer cerâmica. Muitos utilizam a cerâmica para a terapia, vão para relaxar, para se desconectar e ver que a cerâmica é algo extremamente mágico e forte. Quando você está no ateliê, o relógio roda de uma outra maneira, que é incrível. O momento que você passa no ateliê, passa acelerado”.
Todas são peças feitas artesanalmente, uma a uma, e o cliente pode ter uma peça exclusiva e única. “Mesmo que eu faça ela da mesma forma, com a mesma quantidade de barro, ela vai ser única, ela não tem como ser repetida. As peças de cerâmicas são extremamente personalizadas, as cores, tudo, é um trabalho que é feito de uma forma muito única”.
O ateliê também fabrica toda linha de mesa posta e algumas peças de decoração, que inclui pratos, copos, xícaras, cumbucas, travessas, saleiros, mategueiras. “E temos uma linha de decoração de jarros de plantas. Não são jarros normais de plantas, são jarros de decoração, exclusivos também”.
O material usado é a massa cerâmica, um barro preparado para que atinja a alta temperatura, Já o colorido nas peças é chamado de esmalte cerâmico, que é o vidrado que você coloca na peça. “O material todo infelizmente eu tenho que comprar fora. Os esmaltes eu estou iniciando a produção deles aqui mesmo, só que mesmo assim a matéria-prima vem de Minas Gerais e São Paulo”.
As peças são modeladas e possuem um tempo para dar acabamento. “Por exemplo, se eu produzi ontem, às vezes eu tenho que esperar uns dois dias para fazer o acabamento dessa peça porque ela está de forma bruta. Tenho que refinar, retirar pedaços de barro, fazer cortes que faltam, então eu preciso de pelo menos dois dias para que esse tempo atinja”.
Mas tem peças muito pequenas que se não fizer no dia seguinte, ela pode perdê-las. Depois de ter dado o acabamento, o barro precisa ser secado lento e gradativamente. É uma secagem minuciosa. “Se eu faço um prato eu tenho que deixar secando lentamente, não posso colocar no sol, não posso colocar em lugar quente, no ar-condicionado. Eles tem que ficar como se fosse em uma estufa, secando lentamente, para que não sofram nenhuma alteração”.
Peças grandes duram até mais de 10 dias para secar. Depois da secagem, as peças são feitas a primeira queima, chamada de biscoito. É o que ocorre nos vasos normais, de panela de barro, vasos de plantas. “Fica naquele ponto, que é o barro cru sem esmaltação. Depois desse processo, que pode ser feito em média de uma semana a 15 dias, para que chegue nesse ponto dessa queima, já posso fazer a esmaltação dessa peça”.
“A esmaltação é rápida, tem todo processo e técnica para fazer. Tem que entender muito porque não é só passar uma tinta, porque nem tinta é, é esmalte O material que eu uso é essa massa cerâmica, que é o barro preparado, para que a gente atinja essa alta temperatura e o colorido nessa peça é chamado de esmalte cerâmico, que é o vidrado que você coloca na peça. O material todo infelizmente eu tenho que comprar fora, a matéria prima ela tem que vir de fora. Os esmaltes eu estou iniciando a produção deles, aqui mesmo, só que mesmo assim a matéria prima tem que vi de fora, Minas e São Paulo”.
“Elas são modeladas, tem um tempo para dar acabamento nelas, por exemplo, eu produzi ontem, as vezes eu tenho que esperar uns dois dias para fazer o acabamento dessa peça. Porque ela está de forma bruta, eu tenho que refinar ela, tenho que retirar pedaços de barro que tem, fazer cortes que faltam, então eu preciso de pelo menos dois dias para que esse tempo atinja”.
“Mas tem peças muito pequenas que se eu não fizer no dia seguinte eu posso perdê-las. Então varia um pouco para dar o acabamento de 1 a 2 dias. Depois de ter dado o acabamento, o barro precisa ser secado lento e gradativamente. É uma secagem minuciosa. Se eu faço um prato eu tenho que deixar secando lentamente, não posso colocar no sol, não posso colocar em lugar quente, no ar-condicionado. Eles tem que ficar como se fosse em uma estufa, secando lentamente, para que não sofram nenhuma alteração”.
“O que pode ocorrer mais ou menos em uma semana, mas há peças grandes que duram até mais de uns 10 dias para secar. Depois da secagem as peças são feitas a primeira queima, chamada de biscoito. É a feita dos vasos normais, de panela de barro, vasos de plantas, fica naquele ponto, que é o barro cru sem esmaltação, depois desse processo que pode ser feito em média de uma semana a 15 dias, para que chegue nesse ponto dessa queima, depois disso eu já posso fazer a esmaltação dessa peça”.
A esmaltação é rápida, tem todo processo e técnica para fazer. “Tem que entender muito porque não é só passar uma tinta. Tem que saber o tipo de barro e demorou esse tempo todo para que eu me tornasse especialista, porque eu sou a única no ateliê. Mesmo que tenha auxiliares, a única pessoa que detém informação do começo ao fim da produção sou eu”.
Gecileide diz que mesmo nas redes sociais, nas fotos, as peças são lindas, mas que nada é como a visita no ateliê. “Quando as pessoas entram no ateliê, que vê as peças, o brilho, elas ficam enlouquecidas, querendo levar tudo. As cores são muito espetaculares. Mesmo os meus alunos compram peças do ateliê de tão encantadoras que elas são”. Para ela, o espaço que abriga o ateliê já está pequeno, mas já existe um projeto de ampliação.
“Como eu sou a única professora que tem, sou mais atuante, dou a parte do visual. Ensino alunos até a fazer peças em casa. Se ele quiser montar em um cantinho da sua casa um ateliê e ter o meu só como suporte de queima, ele pode fazer. Eu quero que várias pessoas tenham esse fazer cerâmico como rotina. Tem pessoas que querem aprender para montar ateliê lá fora e eu ensino”.
Ela pretende viajar, levando seus produtos para fora do estado quando tiver a coleção Amazônia. “Tenho um projeto de ensinar cerâmica nas escolas, algo que de alguma forma seja vinculada ao governo, a uma entidade. Porque eu quero que as crianças tenham acesso a isso, quero ver esses talentos escondidos, porque não tem. A profissão de torneiro é muita fechada, exclusiva, preciso que várias pessoas saibam fazer isso para que essa arte não morra. Então eu acho que dá para realizar isso para que a cerâmica seja grande, que seja propagada”.
Além de fazer tudo que é de manual, ela também faz toda a administração do ateliê, das redes sociais, entre outros serviços. “Às vezes não dou conta de ter esse espaço de criação tão imenso, mas como eu gosto, quando vem inspiração, largo tudo e deixo fluir. Por enquanto eu vendo só aqui em Rio Branco, onde demanda muito esforço da minha parte, mas vender para fora do estado está na lista. Estamos querendo ir com calma”.
“O material que eu uso é essa massa cerâmica, que é o barro preparado, para que a gente atinja essa alta temperatura e o colorido nessa peça é chamado de esmalte cerâmico, que é o vidrado que você coloca na peça. O material todo infelizmente eu tenho que comprar fora, a matéria prima ela tem que vir de fora. Os esmaltes eu estou iniciando a produção deles, aqui mesmo, só que mesmo assim a matéria prima tem que vir de fora, Minas e São Paulo”.
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