Conforme o IBGE, em dados publicados no final de 2022, Acre tinha a menor taxa de sobrevivência (12,9%) de empresas criadas em 2010. Das 2.263 empresas criadas, somente 292 estavam no mercado em 2020. Entre a taxa Brasil e a do Acre há uma diferença de 8,4 pontos percentuais. Conforme observado no gráfico abaixo, já no primeiro ano (2011), somente 53,4% sobreviveram no Acre enquanto no Brasil a taxa foi de 75,4%. Santa Catarina se destaca, com uma taxa de sobrevivência de 27,6% das unidades locais nascidas em 2010, uma diferença de 14,7 pontos percentuais taxa do Acre.
- Após queda em 2018, número de empresas de alto crescimento subiu em 2019 e 2020
Por outro lado, na mesma pesquisa do IBGE, as empresas de alto crescimento, que são aquelas que têm crescimento médio do pessoal ocupado assalariado de pelo menos 20% ao ano, por um período de três anos, e tem 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas no ano inicial da observação.
No Acre, esse número de empresas (alto crescimento) subiu 19,3% em 2020 e fechou em 192 empresas. Em 2019, essa marca havia sido de 161. Nessa categoria, o pessoal ocupado assalariado cresceu 6,7% frente a 2019.
- A força da Micro e Pequena Empresa e do Empreendedor Individual
Conforme as Estatísticas do Simples Nacional da Receita Federal do Brasil, em um ano o Acre registrou um aumento de mais de 12,5 % nas empresas optantes do Simples Nacional, totalizando, conforme registros do dia 18/2/2023, um número de 38.845 empresas. Do total dos optantes do Simples, 68,3% delas são da categoria do Microempreendedor Individual (MEI) que cresceram 15,3% em um ano, totalizando 25.514 MEI.
No gráfico a seguir temos a constatação da alta concentração de atividades em pouquíssimos grupos de atividades. Um quadro que acirra a concorrência, reduzindo a margem de lucro dos negócios que faz com que os níveis de mortalidade das empresas acreana estejam muito aquém da média brasileira.
O crescimento da taxa de natalidade de empresas optantes do Simples, seja Micro e Pequena empresa ou Microempreendedor Individual não é um fenômeno que acontece só no Acre, é um movimento nacional, tornando-se uma opção de renda para vários brasileiros. Com a pandemia do Covid-19, muitas pessoas perderam o emprego e como consequência, isso fez com que várias delas buscassem ganhar uma renda de outra forma, recorrendo ao empreendedorismo, que deixou de ser apenas um sonho, e passou a ser uma necessidade para muitos (FONSECA, 2022).
Porém, com a expansão e crescimento das micro e pequenas empresas e dos MEI, cresceu também a concorrência entre elas. Vide o gráfico anterior que mostra que, atualmente no Acre, mais de 50% das empresas estão divididas em 11 grupos de atividades. Os números demonstram que, apesar dos incentivos que foram criados e a atuação de várias instituições de apoio os pequenos negócios, principalmente o SEBRAE, as dificuldades e barreiras ainda são muitas para o crescimento dessas empresas, o que faz com que boa parte delas não consigam manter as atividades por muito tempo, pois em um ambiente extremamente competitivo, essas empresas enfrentam diversos desafios relacionados aos fornecedores, falta de clientes, concorrentes, acesso a créditos financeiros, etc.
O retrato que é visualizado no primeiro gráfico deste artigo que demostra a alta taxa de mortalidade dessas pequenas empresas, onde somente 12,9% delas, sobreviveram depois de 10 anos, precisamos achar mecanismos para melhorar um planejamento prévio dessas empresas evitando o fechamento precoce das mesmas.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas