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Acre perde 11,2 mil hectares de superfície de água entre 1999 e 2021

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O Acre vinha secando desde 1999, quando possuía 57.493 hectares de superfície de água, chegando, em 2021, a 46.194 hectares -11.299 hectares a menos. Ou 19,6% mais seco em um cálculo direto já que o volume oscilou no período mas sempre abaixo do pico de 1999.


Em 2022, no entanto, a trajetória de seca parece ter reduzido com a elevação da superfície de água para 52.385 hectares -menos que 1999 mas bem superior ao volume de 2021.

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O Brasil vive semelhante drama: em 30 anos, o país perdeu 1,5 milhão de hectares de superfície de água. Mas 2022 trouxe um pouco de alívio: dados do MapBiomas Água mostram que no ano passado a superfície de água no país ficou 1,5% acima da média da série histórica, que tem início em 1985, ocupando 18,22 milhões de hectares, ou 2% do território nacional. Houve uma recuperação de 1,7 milhão de hectares (10%) em relação a 2021, ano de menor superfície na série histórica. O ano passado foi o primeiro, desde 2013, em que a superfície de água no Brasil ultrapassou a barreira dos 16 milhões de hectares. Ao todo, o país ainda tem em torno de 6% da superfície e 12% do volume de toda a água doce do planeta.


A superfície de água em reservatórios oficiais (monitorados pela Agência Nacional de Águas, ANA) em 2022 também foi a maior dos últimos dez anos: 3.184.448 ha, 12% a mais que a média da série histórica. Eles respondem por 22% da superfície de água no Brasil; os outros 78% são rios e lagos e pequenas represas.


“Apesar do sinal de recuperação que 2022 representou, a série histórica aponta para uma tendência predominante de redução da superfície de água no Brasil”, alerta Carlos Souza, coordenador do mapeamento do MapBiomas. “Todos os anos mais secos da série histórica do MapBiomas ocorreram nesta e na última década. O intervalo entre 2013 e 2021 engloba os 10 anos com menor superfície de água, o que torna essa última década a mais crítica da série histórica”, destaca.


Todos os biomas perderam superfície de água entre 1985 e 2022, com destaque para o Pantanal, onde a retração foi de 81,7%. Em segundo lugar vem a Caatinga, que já é o bioma mais seco do país e que perdeu quase um quinto de sua superfície de água (19,1%). Mata Atlântica (-5,7%), Amazônia (-5,5%), Pampa (-3,6%) e Cerrado (-2,6%) também ficaram mais secos.


Mais de dois terços (70%) dos municípios brasileiros tiveram redução de superfície de água nas últimas três décadas. Os municípios com maiores percentuais de redução são Corumbá (MS), Cáceres (MT), Poconé (MT), Aquidauana (MS) e Vila Bela da Santíssima Trindade (MT).


A tendência de perda de superfície de água foi notada na maioria das bacias e regiões hidrográficas do país. Quase três em cada quatro sub-bacias hidrográficas (71%) perderam superfície de água nas últimas três décadas. E mesmo com o aumento geral da superfície de água no país em 2022, um terço (33%) delas ficaram abaixo da média histórica no ano passado. Em alguns casos, como o da bacia do Araguaia-Tocantins, o ganho de superfície de água está associado a hidrelétricas.


O Bujari é um dos municípios que ganhou volume de água de modo considerável entre 1985 e 2021, saindo de 149 hectares para 828 hectares. Em 2022 deu sinais de queda.


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