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Artigo: A história do carnaval

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Você conhece a origem do Carnaval? Não? Pois bem! A Revista “O Malhete”, comprometida com a cultura dentro das mais variadas vertentes, pesquisou e, baseando-se nos textos dos historiadores Renato Roschel, Hiram Araújo e Claudia M. de Assis Rocha Lima, produziu uma breve matéria, a fim de elucidar nossos leitores sobre a festa mais popular do mundo.


Dizem que, há dez mil anos antes de Cristo, homens, mulheres e crianças se reuniam no verão com os rostos mascarados e os corpos pintados, para espantar os demônios da má colheita. As origens do carnaval têm sido buscadas nas mais antigas celebrações da humanidade, tais como as Festas Egípcias, que homenageavam a deusa Isis e o Touro Apis. Os gregos festejavam, com grandiosidade, nas Festas Lupercais e Saturnais, a celebração da volta da primavera, que simbolizava o Renascer da Natureza. Mas, num ponto, todos concordavam: as grandes festas, como o carnaval, estão associadas a fenômenos astronômicos e a ciclos naturais. O carnaval se caracteriza por festas, divertimentos públicos, bailes de máscaras e manifestações folclóricas.


Em Roma, em Glória ao deus Saturno, comemoravam-se as Saturnais. Esses festejos eram de tamanha importância, que tribunais e escolas fechavam as portas durante o evento, escravos eram alforriados, as pessoas saíam às ruas para dançar. A euforia era geral. Na abertura dessas festas ao deus Saturno, carros, buscando semelhança a navios, saíam na “avenida”, com homens e mulheres nus. Estes eram chamados os carrum navalis. Muitos dizem que daí saiu a expressão carnevale, originando carnaval.


A história do carnaval começa no princípio da nossa civilização ariana, na origem dos rituais, nas celebrações da fertilidade e da colheita nas primeiras lavouras, às margens do Nilo. Os primeiros agricultores exerciam a capacidade humana, que, já, nas cavernas, distinguia-se em volta da fogueira, da dança, da música, da celebração…


Foram na intenção da Deusa Isis, no Egito Antigo, as primeiras celebrações carnavalescas. Com a evolução da sociedade grega, evoluíram os rituais, acrescidos da bebida e do sexo, nos cultos ao Deus Dionisus, com as celebrações dionisíacas.- Na Roma Antiga, bacanais saturnais e lupercais festejavam os Deuses Baco, Saturno e Pã. A Sociedade Clássica acrescenta, ainda, uma função política de distinção social às celebrações, tolerando o espírito satírico: a crítica aos governos e governantes nos festejos.


A civilização judaico-cristã, fundamentada na abstinência, na culpa, no pecado, no castigo, na penitência e na redenção, renega e condena o carnaval, e, muito embora seus principais representantes fossem contrários à sua realização, no séc. XV, o Papa Paulo II contribuiu para a sua evolução, imprimindo uma mudança estética, ao introduzir o baile de máscaras, permitindo que, em frente ao seu palácio, na Via Lata, se realizasse o carnaval romano. Como a Igreja proibira as manifestações sexuais no festejo, novas manifestações adquiriram forma: corridas, desfiles, fantasias, deboche e morbidez. Estava reduzido o carnaval à celebração ordeira, de caráter artístico, com bailes e desfiles alegóricos.


Depois do Egito, o primeiro, do segundo, em Grécia e Roma Antigas, e do terceiro, no Renascimento Europeu, particularmente, em Veneza, o Carnaval encontra, no Rio de Janeiro, o seu quarto centro de excelência, resgatando o espírito de Baco e Dionísio, isso, na tese de Hiram Araújo, estudioso do carnaval e do samba, ao contar uma história, que, segundo ele, completa seu sexto milênio e que acompanha a própria história da humanidade, a história do carnaval, considerando os seus Centros de Excelência, dividida em quatro períodos: o Originário (4.000 anos a.C. ao século VII a.C.); o Pagão (do século VII a.C. ao século VI d.C.); o Cristão (do século VI d.C. ao século XVIII d.C.); o Contemporâneo (do século XVIII d.C. ao século XX).


Esses Centros de Excelência são responsáveis pela criação e irradiação dos modelos da festa. Cada Centro de Excelência do Carnaval age como verdadeira usina de forças centrípetas, absorvendo as culturas dos povos, e de forças centrífugas, irradiando os modelos de carnaval para o mundo. Os padrões de carnaval irradiados sofrem adaptações nas cidades em que os carnavais ocorrem.


O carnaval foi chamado de Entrudo, palavra, que vem do latim “introitus” e que designa as solenidades litúrgicas da Quaresma, por influência dos portugueses da Ilha da Madeira, Açores e Cabo Verde, que trouxeram a brincadeira de loucas correrias, mela-mela de farinha, água com limão, no ano de 1723, surgindo, depois, as batalhas de confetes e serpentinas.
Bem, queridos leitores, depois de tomar conhecimento da origem, história e seu significado, os simpatizantes da festa mais popular do mundo poderão, de forma consciente, saber o que, de fato, estão comemorando!


Ir.’. Francisco Feitosa
Editor da Revista Arte Real


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