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“A falta de perspectiva tem levado os jovens ao mundo do crime”, diz promotor Bernardo Albano

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O Programa da Jô Edição Podcast, desta segunda-feira, 30, conversou com o coordenado do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(GAECO), Bernardo Albano. O profissional falou de sua atuação no estado, além de sua função no Núcleo de Apoio Técnico (NAT) no Ministério Público do Acre (MP/AC).


Natural de Fortaleza (CE), o promotor de Justiça passou no concurso do MPAC e está em terras acreanas desde 2009. Segundo ele, existe uma diferença entre atuar no interior e na capital, com enfoque mais nas questões de estrutura.

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“Tem dificuldades em trabalhar no interior, porque as estruturas de segurança pública são menores, com menos policiais, o acesso à internet é mais difícil, por outro lado, essas dificuldades criam união, todo mundo se ajuda, tanto a policia militar, civil, o MP. Já esse modelo na capital, as relações são mais institucionalizadas”, declarou.


Sobre o combate a organizações criminosas, Bernardo destacou que para isso não existe rotina, pois além de ser algo bastante desafiador, no Acre é ainda mais complexo, pela proximidade com a fronteira.


“Cada dia tem um desafio diferente. Costumo dizer que é enxugar gelo, pelo quantitativo de pessoas que são envolvidas com o crime, mas é um trabalho que temos que fazer diariamente, ir mesmo sem estar motivado, porque apesar das dificuldades e desafios, é um trabalho que nos dá muito sentido para nossas vidas, porque trás um resultado positivo para a sociedade”, afirmou.


Questionado sobre qual a facção mais forte no país e no Acre, respondeu que quem é forte é a Justiça do Estado. “Forte somos nós, é o estado. Essas organizações criminosas, independente do seu tamanho, precisam serem enfrentadas, não importa se é A, B ou C, se tem alguma mais influente, o importante é que todas elas sejam devidamente identificadas e terem os integrantes responsabilizados e presos”.


Enquanto a criação do Bonde dos 13, facção genuinamente acreana, explicou a suposta história de como o grupo surgiu. “Segundo consta, teria sido fundada em 2013 por 13 criminosos, que se encontravam naquele momento dentro do presidio Francisco de Oliveira Conde”, contou.


Para ele, entre os motivos de cada vez mais jovens e mulheres ingressarem na vida marginalizada, está a falta de perspectiva de vida e o dinheiro supostamente fácil, principalmente nas atividades voltadas para o tráfico. Informou ainda, que a segurança publica possui 3 esferas, a primeira voltada para políticas públicas, a segunda constitui a atividade policial e a ultima seria o sistema prisional e os métodos de ressocialização.


“A gente precisa ainda caminhar muito, tanto nessa parte de politica publica que vai trazer resultados no futuro, como também o trabalho de recuperação daquela pessoa que já ingressou no mundo do crime”, comentou.


O promotor apontou ainda que entre os principais objetivos do GAECO, está a descapitalização das organizações criminosas, local em que na maioria das vezes é onde surte mais efeito.


“Um dos eixos mais importantes desse enfrentamento, é a descapitalização dessas organizações criminosas, é mexer onde mais dói, que é no bolso. Porque o criminoso pensa que vai ser preso e vai perder a atividade, mas quando ele tem o bloqueio de seu patrimônio, realmente conseguimos atingir uma finalidade mais ampla”, disse.


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