De acordo com publicações da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) relativas ao Endividamento e Inadimplência do Consumidor em 2022, ao menos 77,9% das famílias brasileiras estão endividadas. No Acre, este valor é distinto: em dezembro do ano passado, o percentual era de 81,2%, representando 92.724 famílias.
Das famílias brasileiras endividadas, 28,09% estão com dívidas em atraso e, 10,7%, sem condições de quitar suas dívidas. O número representa um aumento de 2,6% quando comparado ao mesmo período de 2021, sendo o maior endividamento desde 2013.
No caso do Acre, dos endividados com contas em atraso, 12,8%, ou seja, 14.598 famílias encontram-se inadimplentes; e 3,1% não têm condições de pagar suas dívidas. No entanto, o percentual é menor do que o verificado em dezembro de 2021, época em que o total de famílias endividadas no Estado era de 90,1%, equivalente a 101.551 famílias.
“As famílias com maior endividamento no Acre somam 92,8% daquelas que têm renda mensal de até 10 salários mínimos, enquanto que aquelas com renda mensal com mais de 10 salários mínimos somam 67,1%. Em ambos os casos, o endividamento de acordo com a renda mensal familiar diminuiu com relação a 2021, sendo que aquelas com renda superior a 10 salários mínimos, o percentual de redução foi de 22,8% no último ano”, explica Egídio Garó, da Fecomércio., acrescentando ainda que o maior endividamento está na utilização do cartão de crédito.
Além disso, no Acre, a redução pode ser observada por conta da elevação da taxa de juros, o que faz ocorrer baixa procura por bens de consumo como eletrodomésticos, a elevação do dólar, que torna a mercadoria importada mais cara para o consumidor e a substituição de itens utilizados pelas famílias por outros mais econômicos.
Para o assessor, os resultados demonstram que as famílias acreanas vêm, ao longo de 2022, buscando restringir o consumo e manter o orçamento mal dentro das margens seguras de endividamento. “Contudo, a utilização inconsciente de cartões de crédito, modalidade que, por atraso, cobra as maiores taxas do mercado, levam a um endividamento maior em todas as faixas de renda das famílias acreanas”, finaliza.
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