Milhares de pessoas tomaram as ruas de Lima, capital peruana, nessa quinta-feira (12), em protesto pacífico contra o novo governo e a nova presidente, depois que semanas de confrontos sangrentos, desencadeados pela destituição do ex-presidente Pedro Castillo, deixaram pelo menos 42 mortos.
“Por que você está virando as costas para o povo, há tantas mortes, pelo amor de Deus, pare com esse massacre”, afirmou a manifestante Olga Espejo, pedindo a renúncia da presidente Dina Boluarte, antiga vice-presidente de Castillo.
“Sra. Boluarte, eles estão usando você”, disse ela.
Os manifestantes gritavam “Dina asesina!” (Dina assassina) enquanto carregavam caixões de papelão, fotos das vítimas e slogans antigovernamentais pelas ruas de Lima, no primeiro protesto em massa na capital desde o Ano Novo.
A passeata, organizada por sindicatos e grupos de esquerda, transcorreu sem incidentes. Os confrontos iniciados no início de dezembro marcam a pior explosão de violência no Peru em mais de 20 anos.
Enquanto o protesto de quinta-feira acontecia, o ministro do Trabalho do Peru, Eduardo García, anunciava sua renúncia no Twitter, afirmando que o país precisa de um pedido de desculpas pelas mortes. Ele incentivou o governo a reconhecer que “foram cometidos erros que precisam ser corrigidos”.
García disse ainda que a situação não pode esperar até abril de 2024, data proposta para as eleições, dois anos antes do previsto.
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