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Ex-seringueira de 108 anos morre de causas naturais em Mâncio Lima

Morreu em casa, de causas naturais, no município de Mâncio Lima, nesta terça-feira, 10, a ex-seringueira e agricultora, Maria Bernardino Braga, a dona Nenzinha, aos 108 anos de idade. Ela era considerada a mais velha da cidade. Ela deixa 7 filhos, dos 14 que teve, 53 netos, mais de 100 bisnetos, dezenas de tataranetos e cinco tetranetos.


A centenária nasceu em maio de 1914, no seringal Ouro Preto, colocação São Raimundo, no Alto Juruá. Em 1930, migrou com sua família para o seringal São Luiz também em Cruzeiro do Sul. Lá casou com Aston Lopes da Silva e teve 14 filhos. Trabalhou na fazenda Barão do Rio Branco, Vila Japiim, sob o domínio do coronel Mâncio Lima, hoje terra indígena Puyanawa. Depois foi para o seringal Belo Monte, no Rio Moa, sempre trabalhando com a borracha e a agricultura.


Em 1980, Maria Bernardino ficou viúva e passou a educar e sustentar a família sozinha. Dona Nenzinha foi a primeira a ser agraciada em Mâncio Lima com a aposentadoria de Soldado da Borracha, em reconhecimento pela sua luta e dedicação na extração do leite da seringa.


“A vida desta autêntica amazônida, seringueira e agricultura foi de muita luta e dedicação. Os tempos difíceis lhe impuseram desafios quase insuperáveis, mas soube, com trabalho, vencer e criar seus filhos”, disse a vice prefeita de Mâncio Lima, Ângela Valente.


Nos últimos anos, a centenária mulher lutava contra o alzheimer, até que ficou acamada e morreu em casa, ao lado de familiares.


“Era uma mulher firme, trabalhadora e de uma energia invejável, que nos deixa um legado de amor, trabalho, honradez e dedicação. Seus ensinamentos serão para sempre lembrados por aqueles que tiveram o prazer de ter dois dedos de prosa com esta mulher centenária”, comentou o neto, jornalista Jenildo Cavalcante.


O velório de Dona Nenzinha está sendo realizado na casa de uma neta dela no bairro João Vidal, e o enterro será nesta quarta-feira, 11, no Cemitério São João Batista, às 10 horas da manhã.


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