Um médico Max Wendel Paes Souza estaria participando de cirurgias como anestesista no Pronto-Socorro de Rio Branco mesmo sem ter concluído a especialização. Documentos enviados ao ac24horas comprovam que o profissional assina como anestesista. Ele seria contratado pela empresa terceirizada Medtrauma e atuaria no setor de ortopedia do PS.
O problema é que o profissional, apesar de ter formação em medicina, não concluiu a especialização necessária para atuar como anestesista. De acordo com um documento do Programa de Residência Médica do Hospital Santo Amaro, localizado na cidade de Guarujá, em São Paulo, Max Wendel ainda é residente em anestesiologia e a previsão de término de sua especialização é apenas para fevereiro de 2024.
A reportagem procurou Dora Vitorino, diretora geral do Pronto-Socorro. Apesar dos documentos do hospital assinados pelo médico, a gestora alegou que não tem conhecimento do trabalho do profissional. “Verificando aqui e o mesmo não é funcionário da casa e nem consta em nossas escalas de serviço, tão pouco nas escalas dos serviços terceirizados. Estamos averiguando se o mesmo está exercendo alguma atividade nesta unidade sem o conhecimento da gerência”, disse Dora.
A denúncia feita ao ac24horas afirmou que o profissional teria participado como anestesista de uma cirurgia nesta quarta-feira. O paciente, conforme documentos assinados pelo próprio Max Wendel, seria Manoel Santiago Pereira. O fato estranho é a de que no prontuário eletrônico o nome que aparece como anestesista é do médico Max Weber Miranda de Freitas. Ocorre que Max Weber não é anestesiologista e sim cirurgião geral, o que levanta a suspeita de que o nome do médico teria sido colocado para encobrir o nome do residente que estaria trabalhando como anestesista.
O ac24horas procurou o Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM/AC). A entidade afirmou que diante da denúncia, vai abrir um procedimento administrativo. O CRM ressalta ainda que sempre defenderá que todos os médicos que atuem no estado do Acre tenham autorização legal para exercer a medicina, e que jamais indiquem especialidade da qual não tenha reconhecimento formal.
A reportagem também procurou o médico Max Wendel, mas não conseguiu contato. O espaço segue aberto para que o profissional possa se manifestar, caso tenha interesse.