O que era para ser apenas mais um vídeo de protesto de bolsonaristas inconformados com a derrota nas urnas eletrônicas em outubro deste ano, ganha contornos macabros. Acampados há quase dois meses em frente ao 4⁰ Batalhão de Infantaria e Selva, em Rio Branco, um nova manifestação ganhou as redes sociais na noite do dia 25 de natal onde um pequeno grupo resolveu questionar o trabalho da Polícia Militar do Acre que monitora os atos bolsonaristas de perto. Eles acusaram o comandante da PM do Acre, coronel Luciano Dias, de estar em complô com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
No vídeo que circula nas redes sociais e divulgado pelo ac24horas nesta segunda-feira, 26, uma figura chama atenção entre os bolsonaristas que se intitulam cristãos, defensores da moral, dos bons costumes e da família tradicional: trata-se de Giani Justo de Freitas, de 53 anos, que foi condenado em 2019 a mais de 19 anos pela morte da sua então esposa, a engenheira civil Silvia Raquel Mota, que aos 39 anos, foi encontrada sem vida em agosto de 2014 dentro de uma caixa d’água localizada no bairro Wanderley Dantas, em Rio Branco. Em 2021, a justiça aumentou a pena para 24 anos, mas atualmente o réu denunciado pelo Ministério Público recorre a condenação em liberdade.
ENTENDA O CASO
A mudança da condenação de Giani é resultado de uma apelação do Ministério Público do Acre e acatado pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. Freitas foi condenado por homicídio qualificado em regime inicial fechado. Na época, a Polícia Civil chegou a anunciar que as investigações apontavam que o casal estava em fase de separação e que a engenheira, inclusive, já estava em outro relacionamento. O motivo para o crime seria porque Freitas não aceitava o fim do relacionamento. Após mais de dez dias do crime, a Polícia Civil prendeu Giani, mas ele negou autoria.
O MP entrou com recurso para que pena do réu fosse aumentada destacando que Freitas agiu com frieza e planejou o crime contra a ex-mulher. Além disso, frisou no pedido que o réu é uma pessoa perigosa.
A apelação foi interposta pelo promotor de Justiça Teotonio Rodrigues Soares, que pediu ainda que o réu começasse imediatamente a cumprir pena. Contudo, a Justiça negou o pedido e Freitas segue em liberdade enquanto aguarda o transitado e julgado da condenação.