No Podcast da Jô, especial de Natal desta segunda-feira, 19, o Padre e Frei Renan Barros foi o entrevistado da noite. Durante a ocasião, o consagrado da ordem ‘Servos de Maria’ falou sobre sua infância, momentos que passou até chegar em sua vida religiosa e deu sua opinião sobre diversos assuntos.
O também missionário, pregador e cantor, de 39 anos, nasceu em Rio Branco, Acre, e disse estar incluído dentro do catolicismo desde criança, participando de procissões com a mãe, missas e outros atos dentro da igreja e sempre perguntavam se ele não queria ser padre.
“Depois de uma certa idade comecei a me perguntar se não era aquilo que eu queria também. Em oração pedia a Deus um sinal, que ele me desse uma luz, porque eu sabia que sozinho não iria. Então uma irmã da igreja me chamou para conhecer o seminário e aí eu vi que era aquilo que eu devia fazer”, declarou.
Questionado se já teve dúvidas sobre as suas decisões, o padre afirmou que sim, pois a vocação pede diversas renunciais, como votos de castidade, pobreza e obediência. Chegou a se confrontar diversas vezes quando iniciou o processo de formação e até mesmo desistiu de ser sacerdote.
“Fiz filosofia em Curitiba, depois fui para a Argentina fazer o Noviciado, quando conclui, ali começaram as dúvidas. Voltei para Curitiba para iniciar Teologia e aí as dúvidas aumentaram. ‘Será se eu quero mesmo ser padre?’ Então eu decidi sair, larguei tudo. Muita gente que tá vendo agora não sabia disso”, informou.
Para Renan, esse foi um dos momentos mais difíceis em sua caminhada, mas estava determinado a ter outras experiências. Durante o tempo que esteve fora, fez coisas que qualquer jovem faria, como ir à balada e, mesmo tendo uma vida boa, sentia um vazio dentro de si.
“Eu não conseguia ser feliz. Eu sorria, estava junto, mas sentia que eu não era completo. Então voltei, quando fui aceito novamente, entrei no convento e coloquei minhas malas no quarto, sabe aquele vazio? Preencheu, parece que foi automático. Desde 2009 até hoje, nunca me arrependi”, explicou.
Frei Renan respondeu se acha certo padres terem uma vida de celebridade, como alguns exemplos que temos no país e se está tudo bem em ele ser tão querido ao ponto de ter fãs. Para ele, é preciso lembrar que além da vida cristã, existe também o lado artístico.
“Eu acho que a gente tem que viver o momento, eu gosto muito disso, então se a pessoa vem, me pede uma oração, uma foto, um autografo, porque não? Aquilo para ela não é só o Frei Renan, é o que eu estou transmitindo, é o Deus que eu estou levando, a fé e a espiritualidade”, disse.
Sobre rivalidade entre católicos e evangélicos, Barros afirmou que infelizmente isso ainda existe, mas não deveria, porque mesmo que tenham doutrinas diferentes, ambos cultuam o mesmo Deus e Cristo.
“Essa rivalidade ainda existem. O que a gente mais vê é que os evangélicos se sentem muitas vezes superiores, porque acreditam serem mais fiéis e obedientes a palavra de Deus. Aí vem a questão das imagens, trazem trechos que dizem eles em suas interpretações que são proibições. Então as vezes existe um mar de santidade, que gera uma certa rivalidade, ‘nós somos melhores, maiores, superiores e mais santos do que os católicos'”, apontou.