O governador Gladson Cameli esteve no fim da tarde desta quarta-feira, 14, no Bar do Vaz. Durante quase uma hora de bate papo com o jornalista Roberto Vaz, o governador acreano abriu o coração e fez um balanço de seu governo, dos desafetos políticos ao longo dos últimos quatro anos e a expectativa para seu segundo mandato a partir do dia 1º de janeiro.
Questionado sobre a pesada campanha eleitoral que enfrentou, Gladson afirmou que optou por não cair na provocação dos adversários. “Eu não podia perder tempo. Nessa pandemia eu vi o quanto o tempo salva vidas, dez minutos pode ser crucial para salvar uma vida, então eu aproveitei o tempo que eu tinha para mostrar porque eu queria continuar governador e não em responder aos ataques” disse.
Gladson afirmou ainda que as desavenças políticas que culminaram com o afastamento das principais lideranças que estiveram em seu palanque na eleição para o primeiro mandato foram superadas. No entanto, deixou claro que a possibilidade de diálogo não é extensiva ao ainda seu vice, Major Rocha. “Eu conversei com todo mundo já. Encontrei o Petecão, demos risada. Eu não tenho mágoa de ninguém, apesar de muita coisa na campanha ter sido desnecessária. “Quem me subestimou, pegou balsa. O povo é muito sábio. Com o Rocha nunca mais falei, sei que ele tava por aí fazendo raiva, que é o que ele gosta de fazer, mas não tenho notícia. De todas as situações que esse cidadão Major Rocha fez comigo, com o governo que ele ajudou a eleger eu pergunto se ele tem amor pelo estado ou pelo poder. A pessoa que passa o dia todo maquinando para arrumar confusão, prejudica o governo”, afirmou.
O governador, que apresentou uma proposta de reforma administrativa à Assembleia Legislativa, falou abertamente sobre a formação de grupos dentro de seu governo e prometeu mudanças. “Eu ouço todo mundo, mas besta é quem pensa em formar grupo onde só tem um governador eleito. Eu fico me perguntando se a pessoa não tem espelho em casa. O poder não se compra, se conquista. Existem essas disputas por culpa minha, mas elas têm hora marcada para acabar, basta ser aprovada a reforma porque não tenho tempo a perder com disputa interna. Quem não entendeu isso, no dia 31 vai ser exonerado e não me procure no dia 1º de janeiro. Eu não posso mais ficar nesse vai e vem, não gosto de confusão, mas tem hora que não dá para ser muito democrata”. Em relação aos futuros secretários, o governador afirmou que ainda tem algumas poucas dúvidas, mas anunciou que o atual diretor presidente do Deracre, Petrônio Antunes, permanece à frente da autarquia no próximo governo.
Em relação às ações para os próximos quatro anos, Gladson enfatizou obras que estão em andamento, como o anel viário de Brasileia, o Museu dos Povos Acreanos e citou os investimentos na educação e colocou a geração de emprego e renda como o maior desafio de sua nova administração. “Meu maior desafio é a geração de emprego e renda, esse é o meu grande gargalo que tenho que resolver. Em relação a educação teremos o 14º salário, mas ainda não está do jeito que quero. O nosso objetivo é recuperar 100% das escolas e colocar o prato extra em todas as unidades de ensino até o fim do primeiro semestre do ano que vem. Não adianta educar com a criança de barriga vazia, como é que uma criança vai raciocinar na escola sem comer?”, argumentou.
Gladson também foi questionado sobre a polêmica dos valores pagos pela construção da casa do Papai Noel, que faz parte da decoração natalina do Palácio Rio Branco, e custou mais de R$ 500 mil reais. “Se eu disser que acompanhei estarei blefando, mas acho muito difícil que o gestor responsável a uma altura dessa do campeonato faça algo errado. Em relação à investigação do Ministério Público, não há problema, tem que investigar mesmo, afinal o dinheiro não é meu, é do povo”.
Com o estado dependente economicamente dos repasses e da parceria com o governo federal, Gladson disse que está pronto para trabalhar com o presidente Lula, a partir do ano que vem. “Eu sempre fui Bolsonaro, não sei se ele era Gladson, mas eu fiz minha parte e sou grato ao presidente. O que não posso é dizer que não preciso do presidente Lula, acabou a eleição, desci do palanque e estou pronto para trabalhar em parceria”.
Gladson participa na manhã desta quinta-feira, 15, da diplomação dos candidatos eleitos pela justiça eleitoral e depois viaja para o Catar, onde assiste a final da Copa do Mundo no próximo domingo. “Eu vou levar meu filho Guilherme, de 10 anos, o sonho dele era assistir a uma partida de Copa do Mundo. Quero antecipar e deixar bem claro que estou indo por minha conta e não por conta do governo”, esclareceu.
Como mensagem de fim de ano, Gladson pediu paz aos acreanos. “A gente precisa de paz. Isso eu busco todos os dias da minha vida e é assim que vamos entrar no ano que vem buscando melhorar cada vez a vida do nosso povo”.
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