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É sobre o futuro que devemos falar; sobre a construção da realidade em que viverão as próximas gerações de acreanos 

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Irailton Lima

Passadas longas semanas deste o final das eleições, quando é possível voltar a falar sobre assuntos outros que não política eleitoral; e mesmo diante da imensa vontade de tratar de futebol, afinal estamos no ápice da Copa do Qatar, minha motivação ao retomar a rotina de escrever para a coluna é bem específica: quero aqui, a partir de agora, colaborar na reflexão coletiva sobre o desenvolvimento do Acre – uma reflexão que precisamos fazer e que é fundamental para as próximas gerações de acreanos.


Você pode até não gostar; provavelmente dirá que é um assunto chato, clichê. Mas, tudo bem, mesmo assim seguiremos com ele por uns tempos. E explico o porquê. Nada é mais importante para nossa terra e nossa gente neste momento que o debate sobre o futuro. E não se pode falar do futuro sem falar em desenvolvimento. Então, gostemos ou não, é o assunto.


E são tantos os temas possíveis que, por hora, preciso falar sobre um bem específico. Trata-se da gestão pública, área que considero fundamental para o progresso do Acre. Sobre isso, pense um pouco. Você imagina o Acre dando certo sem o governo do estado e as prefeituras trabalhando bem, construindo boas políticas públicas, investindo em infraestrutura, apoiando as empresas e cuidando do povo? Isso parece tão óbvio, não é mesmo? E é. Mas não tem sido assim no cotidiano da nossa vida coletiva.


Ocorre que por alguma razão desconhecida esse tema simplesmente desapareceu das discussões públicas e da preocupação das pessoas. Passou ao largo até mesmo dos debates para escolhas eleitorais tanto na eleição de há pouco quanto em 2020. Veja, é a qualidade da gestão público e, portanto, dos gestores, que determinará a qualidade do ensino ministrado nas escolas, do atendimento e da assistência prestada nos hospitais e unidades básicas de saúde. É preciso ter bom gestor na prefeitura para haver apoio aos produtores, praça iluminada, ruas decentes e apoio às famílias vulneráveis por meio de CRAS que funcionem É preciso ter governo que seja capaz de cuidar das estradas, dos ramais; que realize investimento público para que os empregos apareçam. É preciso ter governo que saiba gastar bem o recurso público e, assim, construir o futuro.


Ocorre que hoje, aqui, ninguém está debatendo esses assuntos. E você sabe por quê? Porque na hora das principais decisões, na hora do voto ou da opinião do deputado na tribuna; na hora do dirigente sindical se posicionar, em nenhum desses momentos isso está sendo levado em consideração, o que indica o tamanho da distopia social e da tragédia política em que estamos envolvidos.


É de espantar que diante de carências sociais tão grandes e precisando tanto de bom governo, não haja qualquer debate público acontecendo.


A verdade é que o Acre está diante do desafio de não deixar que a radicalização da política, centrada em temas como a pauta de costumes e a estigmatização das esquerdas, possa camuflar a responsabilidade dos gestores púbicos na geração de resultados concretos em seus mandatos.


Mas, reconheço, isso passa também pela reeducação dos eleitores sobre o que realmente importa na hora de decidir seu voto, o que torna o desafio muitas vezes maior que apenas juntar todo mundo para falar sobre temas relevantes.


Houve um tempo em que se olhava para o governante esperando competência na gestão de governo, capacidade de investir e gerar empregos, de melhorar a saúde e a educação e de apontar uma direção para o futuro. Hoje, para decidir o voto houve-se mais ao pastor que ao professor; recorre-se mais ao grupo de zap que ao debate entre especialistas nos meios de comunicação. Fala-se mais sobre temas etéreos e sem sentido como aborto e casamento gay que sobre os caminhos para a construção do futuro. Para onde iremos desse jeito?


Veja, se os gestores públicos não se verem cobrados por resultados para todos, cuidarão apenas daqueles poucos que importam para a vitória na próxima eleição. E essa cobrança deve ser feita por todos. Pelos eleitores, é fato, mas também pelas instituições, pela imprensa, pela oposição, pela academia, enfim, por tantos quantos forem os agentes políticos capazes de cumprir um papel relevante na vida social do estado.


Melhor seria se fosse essa a compreensão do governador Gladson Cameli e de todos os prefeitos com mandato. Mas, dos políticos precisamos esperar quase sempre uma postura pragmática e focada na próxima eleição. Não é a atitude ideal de um líder, mas é o que temos. Então, é preciso incluir a todos na questão, independente de partidos e ideologias. Aqui, pelas próximas semanas, espero trazer alguma contribuição.


Vida que segue…


 


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