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Covid-19 produziu alteração metabólica que desencadeou casos de diabetes, diz médica

Por
Raimari Cardoso

Problema mundial de saúde pública há muito tempo, o diabetes pode ter piorado ainda mais esse quadro durante a pandemia. Só no Brasil, de acordo com dados do Atlas do Diabetes, houve um aumento de quase 27% no número de pacientes diabéticos nos últimos 10 anos.


Diante desses números, o país é o sexto colocado no mundo com a maior quantidade de pessoas com a doença. Hoje, são cerca de 16 milhões de brasileiros diagnosticados, mas a previsão é que haja mais de 64 milhões até 2030.


Apesar de a genética, o sobrepeso e a obesidade serem os principais motivos do crescimento deste tipo de diabetes do tipo 2 no mundo – estimativas dizem que 90% dos casos de diabetes no mundo são tipo 2 – ao longo da pandemia de Covid-19, descobriu-se que a infecção pelo coronavírus também se tornou um dos fatores do desenvolvimento dessa manifestação da doença.


Endocrinologista do Hcor, a Dra. Cristina Triches explica que isso ocorre porque, em situações de infecção e/ou inflamação aguda, o organismo exige uma maior produção pancreática de insulina para conseguir manter os níveis normais de glicose no sangue, o que pode piorar o controle glicêmico de pacientes diabéticos e causar hiperglicemia em pessoas previamente saudáveis.


Estudos têm mostrado que alguns pacientes sem histórico de diabetes passaram a apresentar uma alta taxa de glicose no sangue durante a infecção que persistiu após a recuperação.


“Ainda não sabemos se a Covid-19 precipitou o desenvolvimento do diabetes, se o vírus provocou lesões às células do pâncreas que levaram à hiperglicemia crônica ou se a doença foi causada pela resposta inflamatória sistêmica ao SARS-CoV-2”, pondera a especialista.


Para observar a evolução de doenças crônicas, como da diabetes tipo 2, é necessário um período de acompanhamento de 5 a 10 anos.


“Como a pandemia é recente, não é possível dizer se os casos serão persistentes ou transitórios. Também não podemos afirmar ainda a relação de causalidade entre as doenças. Mesmo assim, é importante orientar os pacientes que tiveram Covid-19 a procurar um médico para rastrear o diagnóstico de diabetes”, reforça.


O acompanhamento periódico dos níveis de glicose no sangue é recomendado a todas as pessoas. Sua utilização de acordo com diretrizes médicas mais atualizadas traz inúmeros benefícios aos pacientes.


“Dependendo do nível, o diabetes pode não apresentar sinais. Por isso, solicitamos a dosagem de glicemia de jejum e a hemoglobina glicada (média glicêmica do paciente nos últimos 3 meses). Para fechar o diagnóstico, é necessário que, pelo menos, dois exames estejam alterados. Se for apenas um, este deverá ser repetido para confirmar”, explica a especialista.


A frequência na realização dos exames deve ser individualizada e depende da idade do paciente e dos fatores de risco metabólicos apresentados.


Se não diagnosticado precocemente e tratado de maneira adequada, o diabetes pode causar uma série de outros danos ao organismo, como insuficiência renal, lesões na retina e em diversos nervos, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.


“Felizmente, tivemos um avanço enorme nos últimos anos com o desenvolvimento de novas classes de hipoglicemiantes e insulinas. Dentre os novos medicamentos, podemos citar os inibidores de SGLT2 via oral e agonistas de GLP-1 injetáveis, que são medicamentos que conferem benefícios adicionais ao controle da glicemia, como proteção cardiovascular e renal e perda de peso. Ainda, insulinas de ação ultrarrápida e ultralenta tornaram o tratamento com essa substância mais eficiente, seguro e confortável para os pacientes”, revela a médica.


Mesmo fazendo uso de medicamentos, o paciente precisa ter bons hábitos para manter os níveis glicêmicos apropriados e prevenir as complicações.


“Alimentação saudável, prática de exercício físico aeróbico por, pelo menos, 150 minutos por semana e manutenção do peso ideal fazem parte do tratamento de quem já foi diagnosticado com a doença, mas também são indicados à população geral para prevenir o diabetes”, ressalta Cristina Triches.


*Com informações da Assessoria do Hcor – instituição filantrópica que iniciou suas atividades em 1976, tendo como mantenedora a centenária Associação Beneficente Síria.


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Raimari Cardoso

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