Nesta quarta-feira (9), a Confederação Nacional do Transporte divulgou os resultados da 25ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias. Em 2022, foram analisados 1.347 quilômetros no Acre, que representam 1,2% do total pesquisado no Brasil.
A principal conclusão é que 97,8% do estado geral da malha rodoviária pavimentada avaliada do Acre apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. 2,2% da malha é considerada ótima ou boa.
Além disso, 98,4% do pavimento da extensão da malha rodoviária avaliada do estado apresenta problemas. 1,6% está em condição satisfatória.
Sinalização: 87,3% da extensão da malha rodoviária da região é considerada regular, ruim ou péssima; 12,7%, ótima ou boa. 23,0% da extensão está sem faixa central e 45,1% não tem faixas laterais.
Já 92,4% do traçado da extensão da malha rodoviária do Acre apresenta algum tipo de problema. 7,6% está ótima ou boa. As pistas simples predominam em 94,1%. Falta acostamento em 86,6% dos trechos avaliados. 59,8% dos trechos com curvas perigosas não tem sinalização.
A pesquisa identificou ainda 187 pontos críticos no estado.
Quanto ao custo operacional, o estudo da CNT diz que as condições do pavimento geram um aumento de custo operacional do transporte de 67,1%. Isso reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos.
Investimentos necessários: para recuperar as rodovias no Acre, com ações emergenciais, de restauração e de reconstrução, são necessários R$ 1,54 bilhão.
Em 2022, estima-se que haverá um consumo desnecessário de 23,2 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento da malha rodoviária no estado. Esse desperdício custará R$ 105,72 milhões aos transportadores.
No País, os dados apontam que o estado geral da malha rodoviária brasileira realmente piorou em 2022. Dos 110.333 quilômetros avaliados, 66,0% foram classificados como Regular, Ruim ou Péssimo. Em 2021, esse percentual era de 61,8%.
Com o objetivo de colaborar para o desenvolvimento do transporte rodoviário de cargas e de passageiros, a Confederação avalia 100% da malha rodoviária pavimentada federal e as principais rodovias estaduais. Durante 30 dias, 22 equipes percorreram as 5 regiões do Brasil de forma a compor os resultados da Pesquisa de 2022, que passa a integrar a maior série histórica de informações rodoviárias do país, realizada pela CNT desde 1995.
Trata-se do maior e mais completo acompanhamento sobre o estado geral das rodovias brasileiras. Neste levantamento, são analisados Pavimento, Sinalização e Geometria da Via, como também a existência de pontos críticos. Tais características levam em conta, respectivamente, variáveis como condições da superfície; placas e faixas de sinalização e defensas; além de elementos da via, como curvas, acostamentos, pontes e viadutos. Esses aspectos recebem classificações que vão desde Ótimo e Bom a Regular, Ruim e Péssimo.
Na comparação com o ano passado, a piora dos trechos federais e estaduais sob gestão pública chama a atenção. O Estado Geral na classificação Ótimo e Bom caiu de 28,2% para 24,7%, em 2022 — sua segunda queda consecutiva. Em 2019, o percentual era de 32,5%. Em 2020, o levantamento não foi realizado devido à pandemia de covid-19. Portanto, 75,3% (65.566 quilômetros) da malha rodoviária sob gestão pública apresentam algum tipo de problema, sendo classificados como Regular, Ruim ou Péssimo. Já entre as características analisadas, o Pavimento destas rodovias apresentou a maior queda de qualidade: o percentual da classificação Regular, Ruim e Péssimo aumentou de 59,4%, no ano passado, para 62,7%, este ano.
Em contrapartida, os resultados da avaliação do Estado Geral das rodovias concedidas apontam que 69,0% dos 23.238 quilômetros pesquisados são classificados como Ótimo ou Bom; 25,8% (5.988 quilômetros), Regular; e apenas 5,2% (1.209 quilômetros), Ruim ou Péssimo. O cenário é diferente porque, tradicionalmente, há um maior investimento feito pelas concessionárias em relação às aplicações realizadas pelo setor público. Porém, assim como os trechos sob gestão pública, em 2022, as rodovias sob responsabilidade da iniciativa privada também não escaparam da piora. Em 2021, o Estado Geral Ótimo ou Bom destas rodovias era de 74,2% — ou seja, o índice apresentou queda de 5,2 p.p.
Estes resultados são desfavoráveis aos transportadores e aos demais usuários, visto que circular em rodovias em condições inadequadas pode trazer graves riscos à segurança, além de custos adicionais de operação, como manutenção frequente do veículo e aumento do tempo de viagem e do consumo de combustível. Empresas do transporte rodoviário de cargas podem ter um acréscimo de, em média, 33,1% no custo operacional que teriam caso as rodovias estivessem em estado Ótimo.
Essas condições inadequadas ocasionam, ainda, danos ambientais e à saúde, pois propiciam o aumento de emissões de gases de efeito estufa. Além disso, representam um custo de, aproximadamente, R$ 4,89 bilhões para os transportadores de cargas e de passageiros no Brasil, uma vez que se estima um consumo adicional e desnecessário de 1,072 bilhão de litros de diesel. Assim, os resultados da Pesquisa CNT de Rodovias 2022 demonstram a urgência de estruturação de ações voltadas à melhoria das rodovias brasileiras. (Com CNT)
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