O SENADOR Sérgio Petecão (PSD) único dos senadores do estado que não ficou contra a candidatura do presidente Lula – Márcio Bittar (União Brasil) e Mailza Gomes (PP) eram agressivos defensores da candidatura do Bolsonaro – terá peso nas escolhas de futuros ocupantes de cargos de confiança no Acre, no plano federal. Tem o mais importante para o futuro presidente Lula, que é o voto no Senado. Já teve, inclusive, uma conversa com o futuro vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
No plano regional, também, conversou com o ex-senador Jorge Viana (PT), que deve ser o principal interlocutor político de Lula no estado. Petecão disse ontem ao BLOG que a tendência natural do presidente Gilberto Kassab é levar o PSD para formar a base do futuro governo. “Não terei problema algum em ficar na bancada de apoio ao Lula, nunca fui um defensor do governo do Bolsonaro”, enfatizou.
Sobre a formação de uma frente política com o MDB-PT-PSB-PV-PCdoB para embates futuros, falou ser ainda muito cedo para a articulação, mas não descartou a possibilidade. “É um assunto para uma discussão mais adiante”, destacou Petecão. Com a vitória do Lula, nada será como antes.
A VOLTA DO ANZOL
O SENADOR Petecão (PSD) disse que não se trata de rancor, mas avisou que não vai querer conversa com prefeitos que lhe traíram; nem com os prefeitos que tinham como vices nomes do PSD, e que apoiaram adversários. Na política, já dizia o saudoso ex-governador Geraldo Mesquita: “Não se dá água a adversário”.
O MUNDO NÃO ACABOU
O POVO NÃO FOI em massa ás ruas, protestar contra a derrota do Bolsonaro; as Forças Armadas não saíram dos quartéis, e apenas uma meia dúzia de arruaceiros bloquearam estradas; e ainda foram criticados pelo seu “Mito”, que defendeu o direito de ir e vir. E ainda foi ao STF dizer não ter nada com isso. Ou seja, o mundo não acabou e tudo como antes no quartel do Abrantes. O “golpe militar” só estava mesmo na cabeça dos radicais.
PERDE E GANHA
NA POLÍTICA se perde, e se ganha. O Lula ganhou. É assim que funciona a política, assim é a democracia. Não estamos numa ditadura para ter poder perpétuo.
BOLA COM O LULA
AS TRAPALHADAS nos governos do PT, com várias denúncias de corrupção, deram asas à candidatura do Bolsonaro para ser presidente. E, o Bolsonaro, no poder, com suas maluquices, deu asas para a volta do Lula. Agora é esperar, para saber se o Lula aprendeu a lição.
CAIU NA REAL
AO IR ONTEM AO STF na busca de uma trégua, o presidente Bolsonaro caiu na real, sabe que, a partir do próximo ano será mais um ex-presidente na multidão, um cidadão comum, como todos os outros.
DIREITA VEIO PARA FICAR
AGORA, tudo indica que a direita se consolidou, como um movimento político com o Bolsonaro. Se voltará a ser protagonista ou não na disputa da presidência em 2026; dependerá do resultado do governo do Lula.
MELHOR ANÁLISE
A MELHOR análise sobre a votação do presidente Bolsonaro, que li, foi a seguinte: o movimento é dividido entre os que votaram contra o Lula, por apenas serem contra o PT; e a bolha da extrema-direita, que votou na figura do Bolsonaro por seguir as suas ideias.
NÃO HÁ CLIMA PARA GOLPE
APENAS alguns desmiolado bolsonaristas acreditavam que as Forças Armadas dariam um golpe e prenderiam o Lula, o impedindo de assumir. Estavam estacionados em 1964, atualmente, não há mais clima para golpe militar.
ISOLADOS NO MDB
CASO as conversas entre MDB e PT sigam avante no estado para uma aliança, duas figuras antigas do partido ficarão ainda mais isoladas do que estão, os dirigentes Mauri Sérgio e Pádua Bruzugu; ambos ligados ao governador Gladson. Quem também ficaria sem clima partidário neste contexto seria a deputada federal Mara Rocha (MDB), que é bolsonarista da ala extremista.
BUSCA DA PACIFICAÇÃO
Não há outro caminho para o estado brasileiro do que, no novo governo, que não seja o da pacificação. Não tenho dúvida de que o governo petista terá maioria na Câmara Federal e no Senado, porque tem o pólen que mais atrai os políticos, que são os cargos na máquina federal. São poucos os políticos ideológicos.
JV SENDO JV
O EX-SENADOR Jorge Viana voltou para a ativa nas articulações políticas. O JV será mesmo uma figura do Lula no plano regional, e com força. Pelas suas últimas declarações, ativou suas articulações. É o JV sendo JV.
O QUE É A POLÍTICA
A POLÍTICA se transforma a cada mexida na pedra. Até antes do término do segundo turno o Jorge Viana era tido como morto na política, com a vitória do Lula submergiu como alguém que volta ao protagonismo.
CIVILIDADE POLÍTICA
ASSIM que terminou o segundo turno o prefeito Tião Bocalom emitiu uma Nota registrando a vitória do Lula, mesmo sendo adversário político e defensor do Bolsonaro. Isso se chama civilidade política. Deverá usar sua amizade antiga com o futuro vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), para não ficar isolado, na busca de recursos no novo governo petista.
ETERNOS SÓ OS DIAMANTES
O EX-SENADOR JORGE VIANA (PT) errou no tom ao criticar o senador Alan Rick (União Brasil) e o governador Gladson Cameli, sob o argumento que participaram dos governos petistas no estado, e que por isso não poderiam criticar o Lula. De fato, foram aliados, mas colaboraram com o PT com seus votos na Câmara Federal. Alianças políticas não são eternas, eternos só os diamantes.
MARCADO NA TESTA
DE TODA a bancada federal acreana, quem saiu muito mal com a vitória do Lula, foi o senador Márcio Bittar (União Brasil), que como relator do orçamento, ficou marcado como um bolsonarista da extrema-direita, e não terá prestígio para pisar na soleira de um ministério.
TUDO ERRADO
REPUTO o Márcio Bittar (União Brasil) como um hábil articulador político, mas na última campanha foi um desastre. Jogou as suas fichas de que a ex-mulher Márcia Bittar (PL) seria a candidata do Gladson ao Senado; depois jogou as fichas para ela ser a candidata a vice-governadora, e foi deixado em ambos os casos, falando sozinho. É para o governo teve baixa votação, num simulacro de candidatura. Sua aspiração de disputar o governo em 2026, como candidato do poder, ficou mais distante.
MÉRITOS DO BOLSONARO
O BOLSONARO teve dois méritos: trouxe a direita para os holofotes, como um movimento político forte; e conseguiu estabelecer a paz no campo, brecando as invasões de terras, que antes eram um grande negócio.
NÃO O CONSIDEREM BURRO
QUEM SE ELEGEU seguidamente como deputado federal, senador, governador, não pode ser visto como burro. Não esperem ele ficar distante do futuro governo petista, só porque não apoiou o Lula. O Gladson, é pragmático, vai querer procurar ter relações cordiais.
FRASE MARCANTE
“De nada adianta correr quando se está no caminho errado”. Ditado alemão.