Os meses de agosto e setembro foram preocupantes para a saúde dos acreanos por conta dos níveis de poluição do ar causados pelas queimadas, que neste ano têm o segundo maior volume de ocorrências desde 1998, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Em vários momentos dos últimos dois meses, o estado registrou níveis de material particulado no ar até 10 vezes superiores ao patamar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece como aceitável, de acordo com a Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar do Acre, que começou a operar em 2019.
A iniciativa, que conta com sensores em todos os municípios, é do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) em parceria com a Universidade Federal do Acre (UFAC), o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), Instituto Federal de Ciência e Tecnologia (IFAC), além de prefeituras do estado, entre outras instituições.
Os dados produzidos pela plataforma mostram que a partir de outubro, com as chuvas começando a se efetivar um pouco mais cedo do que no ano passado, os acreanos voltaram a ter uma melhor qualidade do ar, com os sensores apontando níveis bastante satisfatórios para a saúde humana.
Nesta quinta-feira (27), por volta das 0h00, os sensores do sistema PurpleAir na maioria dos municípios acreanos registravam o nível de 0-12 µg/m³ na escala da rede de monitoramento, o que representa que a qualidade do ar é considerada satisfatória e a poluição do ar não apresenta risco a população
Em 2022, o Acre acumula, até 26 de outubro, 10.827 focos de queimadas, 23% a mais que os 8.749 detectados no mesmo período do ano passado. Com 2.329 focos de calor, o município de Feijó é o campeão de queimadas do estado, constando na lista dos 10 mais em todo o país.