Novamente preso – desta vez preventivamente – por quebrar medida protetiva imposta pela justiça em favor de sua ex-esposa, Yuna Gagarin, o vereador Rogério Pontes, do PROS, de Brasiléia, é acusado pelo Ministério Público de influenciar na demissão da mãe de seus filhos de um cargo que ela exercia na prefeitura da cidade.
Com base nisso, ele teve o pedido de prisão preventiva formulado pelo Ministério Público aceito pela justiça, tendo sido preso na manhã do último sábado (22). O juiz Clovis Lodi, da Vara Criminal de Brasiléia, também determinou que a prefeitura reconduza a mulher ao cargo do qual foi exonerada.
Contatada pela reportagem, a assessora de comunicação de Fernanda Hassem, Cristiane Araújo, informou que a gestora não se manifestará sobre o assunto por considerar que o caso se trata de “assunto de cunho familiar do vereador”, mesmo que a acusação feita contra Pontes envolva um ato administrativo da prefeita.
Para o Ministério Público, essa interferência, que é negada pela defesa do vereador, consiste no descumprimento das medidas protetivas aplicadas pela justiça em razão de episódios anteriores envolvendo o casal e condiz como um “exemplo claro de violência patrimonial contra a vítima”.
Ainda de acordo com o MP, valendo-se do prestígio e influência do cargo de vereador que exerce na comarca, o parlamentar atuou de maneira direta para prejudicar a vítima em seu trabalho, que era exercido na Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social, causando-lhe significativa perda financeira.
A crise no âmbito policial e judicial envolvendo o vereador e a ex-esposa é antiga e possui vários episódios, inclusive com outras prisões do vereador. Em agosto passado, o magistrado já havia imposto o uso de tornozeleira eletrônica ao vereador ao indeferir outro pedido de prisão preventiva contra ele pela mesma motivação.
O advogado do vereador, Francisco Valadares Neto, afirmou ao ac24horas neste domingo (23) que o seu cliente não descumpriu as medidas protetivas apontadas pelo Ministério Público e informou que já havia protocolado o pedido de revogação da prisão preventiva dele.
“Fiz um pedido de revogação da prisão aduzindo que não cometeu o crime de descumprimento da medida anteriormente imposta e tampouco influenciou na demissão da suposta vítima. Pedi que, se mantida a prisão, ela seja convertida em domiciliar para que ele possa continuar a exercer suas funções junto a câmara municipal”.
Na manhã desta segunda-feira (24), o vereador passou por audiência de custódia na Vara Criminal de Brasiléia, tendo a sua prisão preventiva mantida pelo juiz. Ainda nesta manhã, a defesa de Rogério Pontes entrou com outro pedido de revogação da medida judicial que mantém o parlamentar preso.
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