Somente em montagem de filme assisti um jogador, em uma tacada só, encaçapar todas as bolas da sinuca.
Na política local e nacional não tenho conhecimento de algo semelhante: um político, sozinho, derrotar a todos os adversários e inimigos de morte, que se uniram para derrubá-lo usando as armas mais letais da traição e da covardia, como as criminosas fake news.
Gladson entra para a história acreana como o político que desbancou o PT depois de 20 anos de governança e no pleito seguinte fez a fila de falsos aliados que o extorquiram com vantagens de privilégios para, em seguida, traí-lo.
Em palavras bem populares: não sobrou um pra fazer remédio ou contar a história.
O ódio destilado pelos irmãos Major e Mara Rocha, por Sergio Petecão, além do egocentrismo de Jorge Viana e Márcio Bittar, certamente fizeram deles os maiores derrotados desta eleição, ao saírem bem menores do que entraram.
Para tentar disfarçar o passado arrogante, Jorge Viana se amparou em Marcos Alexandre e sepultou os sonhos políticos do ex-prefeito de Rio Branco.
Marcos pode até ressuscitar, mas para isso terá que se afastar do PT e de algumas figuras pesadas do partido.
Ao custo de mais de R$ 3 milhões do Fundo Partidário, os 100% de uma suposta popularidade de Petecão se reduziram a 6% de votos, quase igual à quantidade de votos da deputada mais votada, a professora e ex-prefeita de Rio Branco Socorro Neri.
Os Rochas fizeram campanha afogados num pote de água tingida de ódio e ressentimentos. Vão ter que se esforçar para ressurgir das cinzas.
Márcio Bittar conseguiu apenas 9,99% dos votos para Márcia Bittar, aquela autodeclarada candidata do presidente Jair Bolsonaro.
Márcio fez uma das campanhas mais caras e terá que reconhecer a sua verdadeira estatura política e baixar o facho para não ser reprovado em 2026, quando o seu mandato estará na reta .
Apesar dos ataques violentos e virulentos, tanto no campo político quanto pessoal, o povo do Acre preferiu reconduzir o governador, entre tantas outras virtudes, porque ele não censura a imprensa, não persegue servidores, não tenta controlar a vida das pessoas, tem humildade de reconhecer os próprios erros e não se julga superior ao acreano mais necessitado.
Gladson emergiu das urnas como um verdadeiro e inquestionável líder e tem a oportunidade de montar sua equipe de governo, sem ilhas ou feudos políticos.
Agora a parte salgada no recheio da doce e grande conquista: o povo dá muito, mas também cobra muito. “
O melhor terá que vir agora.
Como diz a música que animou campanha eleitoral dele, “o cara é diferente”. E o governador reeleito já declarou que fará uma gestão diferente.