Quem orbita o mundo político sabe que os cenários são compostos por auges e uma série de dissabores. As eleições de 2022, assim como as de 2020 e 2018, trouxeram mais mensagens duras para famílias e alguns grupos políticos tidos como imbatíveis. A arrogância, prepotência e a cegueira por vingança e até mesmo certas doses de capricho e soberba, acabaram deixando um rastro de ressaca digna de grandes derrotas. Não é fácil acordar na segunda-feira, pós-eleição, e não conseguir sair à rua, olhar na cara das pessoas ou até mesmo responder ligações telefônicas e mensagens por WhatsApp. A vida é dura sem mandato.
Com a apuração das urnas chegando aos 100%, grupos foram esfacelados e relações nunca mais serão as mesmas. Assim como o PT, que foi praticamente varrido da vida política do Acre nas eleições de 2018 e 2020, e serviu de exemplo para todos, inclusive agora em 2022, quando mais uma vez recebeu um sono NÃO da maioria da população, perdendo o governo do Acre, vagas na Assembleia Legislativa e também na Câmara Federal, chegou a vez de grande parte dos vitoriosos de 2018 sentirem o gosto amargo da derrota.
Para quem já foi governador, senador, prefeito de Rio Branco e deputado federal por diversos mandatos, o fim melancólico de Flaviano Melo na política, aos 72 anos, é um sinal claro que tudo tem começo, meio e fim e os efeitos práticos disso são frutos de escolhas. Melo, que preside uma das siglas mais poderosas do Acre, viu tudo desmoronar com o fato de Jéssica Sales não se reeleger. Aliás, os dois tiveram votações inferiores ao pleito de 2018. Jéssica, que é uma parlamentar exemplar, até pouco tempo lutava contra um câncer, e resolveu fazer campanha aos 45 do segundo tempo, obteve 20.500 votos, bem longe dos 28.717 votos das eleições há quatro anos. Já Melo, que teve 7.406 votos nesse novo pleito, bem abaixo dos conquistados em 2018 (18.723 votos).
As derrotas do MDB não vem só de agora, são sinalizadas também em 2020, quando a família Sales lançou o filho Fagner para disputa da prefeitura de Cruzeiro do Sul, e foi derrotada novamente. O mesmo ocorreu com Flaviano, que lançou Roberto Duarte a prefeitura e na época uma votação pífia foi alcançada. O fato é que só quem escapou dessa situação trágica foi a deputada Antônia Sales, mãe de Jéssica e esposa de Vagner Sales, que obteve 5.720 votos e se reelegeu, apesar da votação ter sido bem inferior em relação a 2018 (9.139 votos). Já Roberto Duarte, percebendo os sinais, pulou fora do barco e resolveu fazer voo solo numa aventura no republicanos, que acabou dando certo, ao se reeleger deputado federal, junto com Antônia Lúcia.
O fato é que esse cenário podia ter sido diferente se Flaviano tivesse aceitado ser vice de Cameli. Por não acreditar nessa possibilidade, acabou fazendo escolhas como dar guarita para os irmãos Mara Rocha (deputada federal) e Major Rocha (vice-governador), que tinham como objetivos não só limpar o Acre da corrupção, mas também uma vingança insana e sem limites contra Gladson. E por falar nos Rocha, esses sentem o drama das escolhas, alegaram uma série de problemas para deixar a composição do atual governo, mas parecem que não convenceram a população. A aproximação umbilical um do outro, acabou levando os irmãos, promissores na política, para o fundo do poço. Resta agora saber se calçarão as sandálias da humildade, o que muita gente duvida. Para o bem da política e das boas e velhas amizades, esperamos que sim.
Quem também não pode ser esquecido nesse pleito é o senador Márcio Bittar (União Brasil). Este tentou resolver questões particulares com ex-mulher, Márcia Bittar, colocando o futuro do Acre em suas mãos. Fez de tudo para colocá-la como candidata ao senado com a desculpa que havia recebido um convite do presidente Jair Bolsonaro. Aliás, motivo esse usado para resolver qualquer problema: “O Bolsonaro convidou”, “O Bolsonaro pediu” e “Eu não posso dizer não para o Bolsonaro”. Essa “tara” por Bolsonaro expôs a família Bittar ao ridículo, ao ponto de questões pessoas, particulares virem a tona em solenidades, como aquele episódio da Câmara de Rio Branco, onde Márcia arrancou o celular das mão de Márcio e também sobre uma série de declarações dela sem pé nem cabeça baseadas em grupos de WhatsApp e telegram. Aliás, me desculpem, muitos deste vivem no mundo da lua. Mas como tudo tem ação e reação, a população sobre dar o recado, Márcio, que e havia sido eleito senador em 2018 teve a pífia votação de 4.773 votos. Para se ter uma ideia, o deputado estadual eleito com menos voto em 2022 no Acre obteve 4.810 votos, que foi Eduardo Ribeiro (PSB). Já Márcia obteve 41 mil votos, que pelo que se nota é a base da direita ultra radical no Acre.
Com todo respeito ao ex-secretário Alysson Bestene, que considero uma boa pessoa, mas gosto de separar a família Bestene em dois clãs, apesar de muita gente não concordar. A família Bestene derrotada nas eleições foi liderada pelo deputado estadual José Bestene, candidato a reeleição, e seu filho, o vereador Samir Bestene, candidato a deputado federal. A fome dos Bestene não só resume apenas a cargos no governo e prefeitura, mas também em conseguir mais espaços de poder. Não conseguiram. As figuras, enfatizo o pai, foram responsáveis por boa parte das crises internas instaladas no atual governo e conhecendo bem os caminhos, deverão fazer uma verdadeira guerra para obter espaços no governo. O atual governador já sabe disso, resta saber se ele vai querer jogar o mesmo jogo dos últimos quatro anos.
Não poderia deixar de rabiscar também sobre Sérgio Petecão, o senador tido como 100% popular, que obteve pouco mais de 27 mil votos na disputa do governo. Ele desqualificou pesquisas e o governador, mas pelo que tudo indica a conversa para a população não colou. Como todo ato de desespero, ele culpou até mesmo a imprensa, mesmo tática usada por Jorge Viana, a maior estrela do PT, para enfatizar uma blindagem. Mais uma vez o recado foi duro e foi dado.
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