Publicada pela Rede Simex (Imazon, Idesam, Imaflora e ICV), que monitora a exploração madeireira em toda a Amazônia, a pesquisa mapeou por meio de imagens de satélite 377 mil hectares com extração de madeira na Amazônia entre agosto de 2020 e julho de 2021.
De forma inédita, o trabalho conseguiu acesso aos dados públicos das autorizações para a atividade emitidas pelos órgãos ambientais de todos os estados analisados e mostrou que a maior parte das explorações no Acre ocorreram em imóveis rurais cadastrados, sendo que 100% apresentam algum tipo de autorização para a operação.
Este ano, de forma inédita, foi possível distinguir a exploração autorizada da não autorizada em análises feitas, entre agosto de 2020 e julho de 2021, em um total de 10.886 hectares de floresta. A área mapeada esse ano foi pelo menos 2 vezes menor do que a verificada no ano passado (27.455 hectares em 2019/2020).
Os dados apontam que 94% da exploração ocorreu em imóveis rurais privados e não foram encontradas explorações em áreas restritas como Unidades de Conservação de Proteção Integral e Terras Indígenas. Apenas 5 municípios apresentaram explorações: Porto Acre (36%), Feijó (33%), Sena Madureira (25%), Acrelândia (3%) e Bujari (2%).
Dois Projetos de Assentamento Agroextrativista (PAE) apresentaram explorações mapeadas, o PAE Porto Dias, que tem como principal renda o Manejo Florestal Comunitário e o PAE Canary, que é ligado à Floresta Estadual do Antimary.
Para isso, foram utilizados os dados abertos do Sinaflor, a partir do Sistema Compartilhado de Informações Ambientais (Siscom) e dados dos Planos de Manejo Florestal Sustentável licenciados pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre – IMAC, além da validação de algumas áreas pelo próprio órgão estadual.
Para Leonardo Sobral, gerente de cadeias florestais do Imaflora, o acesso aos dados públicos foi fundamental para a realização das análises. O canal de diálogo estabelecido e a receptividade do IMAC foi estratégico para a validação das informações. No estudo publicado no ano passado, apenas Pará e Mato Grosso haviam liberado as informações necessárias para a avaliação da legalidade.
Com informações de publicações do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora).
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