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O Acre no Ranking de Competitividade dos Estados – Parte 2

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Vamos continuar demostrando a performance do Acre no estudo elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) que divulgou no dia 13/9 a 11ª edição do Ranking de Competitividade dos Estados 2022. Como apresentada no artigo passado, O Acre subiu 2 posições no ranking, saindo da 26ª posição, em 2021, para a 24ª, em 2022. O Estado ficou à frente do Piauí, do Maranhão e do Amapá. Hoje, faremos as observações sobre os 5 pilares restantes: eficiência da máquina pública, capital humano, sustentabilidade ambiental, potencial de mercado e inovação. Repito que para ter acesso ao relatório completo acesse o seguinte endereço: https://www.rankingdecompetitividade.org.br/estados.


Eficiência da máquina pública:  O destaque do Acre foi o aumento da produtividade do judiciário


Eficiência da Máquina Pública


Nota: 37,5 Posição: 21º

↑ Subiu uma posição em relação à edição de 2021


 


A eficiência da máquina pública diz respeito a criação de mecanismos de incentivos para a construção do bom governo. A profissionalização e o desenvolvimento de canais institucionais para reforçar a meritocracia no interior da administração pública. Para o CPL este pilar é fundamental na competitividade dos Estados, como também, são partes fundamentais no debate sobre a qualidade da democracia.


São avaliados neste pilar: A eficiência do Judiciário; o custo do executivo/PIB, o custo do judiciário/PIB, o custo de legislativo/PIB, o índice de transparência, a qualidade da informação contábil e fiscal, a produtividade dos magistrados e servidores do judiciário, a oferta de serviços públicos digitais, o prêmio salarial público-privado, o equilíbrio de gênero na remuneração pública estadual e o equilíbrio de gênero no emprego público estadual.


O Estado do Acre apresentou melhora relativa nos seguintes indicadores: produtividade dos magistrados e servidores do judiciário (+18), equilíbrio de gênero na remuneração pública estadual (+9) e eficiência do judiciário (+4),


Por outro lado, houve piora relativa nos seguintes indicadores: qualidade da informação contábil e fiscal (-17 posições), equilíbrio de gênero no emprego público estadual (-10), prêmio salarial público-privado (-6) e oferta de serviços públicos digitais (-2).


Capital Humano: A redução da produtividade do trabalho foi o destaque negativo do Acre


Capital Humano


Nota: 24,8 Posição: 18º

↓ Queda de seis posições em relação à Edição de 2021


 


No pilar capital humano, foram considerados pelo CLP os indicadores de qualificação dos trabalhadores (medido pelo número de anos de escolaridade e pela proporção de trabalhadores com ensino superior) e a relação com a produtividade (dada pela razão entre o PIB e a população ocupada). Em contrapartida, foram considerados também os custos da mão de obra (fundamentalmente salários), que, embora estejam estreitamente relacionados ao nível de qualificação, produtividade e bem-estar social de cada Estado, é também um indicador relevante para a tomada de decisão de investimentos por parte das empresas. 


A queda de 6 posições do ranking nesse pilar foi causada basicamente pela queda na produtividade do trabalho onde o Acre perdeu uma posição. No tocante aos indicadores: custo da mão de obra, população economicamente ativa (PEA) com ensino superior e na qualificação dos trabalhadores os indicadores estaduais permaneceram estáveis em relação ao ano anterior.


Sustentabilidade Ambiental: Nota do Acre foi zero e ficou em último do ranking 


Sustentabilidade Ambiental


Nota: Zero Posição: 27º

↓ Queda de três posições em relação à Edição de 2021


 


O CLP considera o nosso padrão de desenvolvimento econômico de longo prazo pode estar duramente comprometido em função de restrições ambientais severas. Essas restrições vêm se tornando cada vez mais visíveis, transformando externalidades negativas até então pouco tangíveis em custos e prejuízos econômicos concretos no curto prazo. Nesse sentido, o Estado tem papel fundamental como indutor de um padrão ambientalmente sustentável de desenvolvimento econômico.


São avaliados: emissões de CO2, serviços urbanos, destinação do lixo, tratamento de esgoto, perda de água, reciclagem de lixo, coleta seletiva de lixo, desmatamento, velocidade do desmatamento, recuperação de áreas degradadas e transparência das ações de combate ao desmatamento.


O Estado acreano apresentou piora relativa nos seguintes indicadores:  destinação do lixo (-8), coleta seletiva de lixo (-8), recuperação de áreas degradadas (-4), perda de água (-3), e emissões de CO2 (-2).


Potencial de Mercado: As melhorias na previsão da taxa de crescimento do Estado impulsionaram o indicador.


Potencial de Mercado


Nota: 51,1 Posição: 9º

↑ Subiu quatro posições em relação à edição de 2021


 


Neste pilar, o CLP considerou o tamanho do PIB de cada Estado, a dinâmica de crescimento do PIB nos últimos 4 anos e o crescimento potencial da força de trabalho nos 10 próximos anos. 


Destacam que o indicador taxa de crescimento considera a média das variações do PIB real dos últimos 4 anos (2018 a 2021), sendo as taxas de 2018 e 2019 as últimas divulgadas oficialmente pelo IBGE. Dada a grande defasagem na divulgação dos dados, a Tendências Consultoria Integrada estimou para a CLP as taxas para 2020 e 2021, considerando os principais indicadores estaduais de alta frequência e a especialização econômica de cada UF. 


No Acre apresentou melhora relativa na previsão da taxa de crescimento (+1). Tanto o tamanho de mercado como o crescimento potencial da força de trabalho permaneceram estáveis.


Inovação: Acre perde catorze posições em patentes


Inovação


Nota: 2,8 Posição: 26º

↓ Queda de quatro posições em relação à Edição de 2021


 


Conforme o CLP, num sentido amplo, a inovação envolve a introdução de novas técnicas e método que transformam positivamente os processos existentes no interior das empresas, organizações e da sociedade em geral. Envolve, portanto, uma melhora significativa, que, em geral, substitui práticas e processos anteriores. A teoria econômica moderna considera a inovação peça-chave para o crescimento e desenvolvimento econômico de longo prazo, pois ela promove ganhos de produtividade que permitem às pessoas e organizações produzirem mais, novos e melhores produtos e serviços a custos menores para um dado nível de insumos (fatores) produtivos.


Os itens avaliados foram: investimentos públicos em P&D, patentes, bolsa de mestrado e doutorado, empreendimentos inovadores e pesquisa científica. 


O Acre não conseguiu crescer em nenhum dos itens avaliados. Perdeu uma posição em investimentos públicos em P&D, catorze posições em patentes e duas posições em bolsas de mestrado e doutorado. Nos demais itens avaliados, o Acre permaneceu estável. No resultado do avaliação do pilar Inovação o estado perdeu quatro posições, ficando na 26ª posição.


Em resumo, os responsáveis pelo subida do Acre, em dois degraus, no Ranking de Competitividade dos Estados foram: a sustentabilidade social, a segurança pública, a educação, a eficiência da máquina pública, e o potencial de mercado.


Os responsáveis pelo Acre não ter subido mais do que dois degraus no ranking foram: solidez fiscal, capital humano, sustentabilidade ambiental e inovação. Na   infraestrutura o Acre não apresentou nenhuma mudança em relação a 2021.


Em termos regionais, nos rankings setoriais, apenas um é liderado por estados que não pertencem às regiões Sul, Sudeste ou Centro-Oeste. Trata-se da lista dos melhores potenciais de mercado, encabeçada por três estados do Norte: Amazonas, Roraima e Amapá. Fora esse, Amazonas e Roraima ocupam o pódio do ranking de capital humano, como segundo e terceiros colocados, respectivamente.


São informações importantes para reflexão dos agentes públicos e políticos do nosso estado.



Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24 horas