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Balsa para Manacapuru, o simbolismo dos políticos derrotados e mandados ao exílio

Por
Luis Carlos Moreira Jorge

QUE ME LEMBRE, e lá se vão décadas, quem primeiro vi forjar nas suas crônicas do jornal “O RIO BRANCO” o simbolismo da Balsa para Manacapuru (município do interior do Amazonas), como transporte fluvial dos candidatos derrotados para fora do Acre (uma espécie de exílio), foi o saudoso advogado e cronista Aloisio Macedo Maia. Isso no início da década de setenta. Fomos companheiros de redação.


 Foi dele o jargão de que os derrotados iam na balsa ouvindo o “choro do surubim”. Quem é pescador sabe que o peixe surubim quando fisgado, costuma emitir um ruído como o som de suspiro de um choro. O certo é que a Balsa para Manacapuru entrou no registro histórico da política acreana. E ela, solene, silenciosa, altiva, já se aproxima para atracar no dia 2 de outubro no Porto da Gameleira, para pegar uma leva de políticos derrotados. 


A balsa não perdoa. Não adianta espernear. A entrada é obrigatória. Boa viagem para Manacapuru, senhores e senhoras derrotados.  E, até a próxima eleição.


APRENDAM DE VEZ


CONFIAR nos que têm mandatos no Executivo para garantir uma eleição de senador, deputado federal, deputado estadual, é uma roubada. Não existe nada mais difícil na política do que a transferência dos votos.


POLE POSITION


O DEPUTADO Manoel Moraes (PP) chega nesta reta final da eleição, com uma campanha redonda. Deve ser o mais votado em Xapuri, seu reduto eleitoral. E tem razão de ser o favorito no município, ninguém mais que ele fez discurso na ALEAC a favor da construção da ponte de Xapuri.  Moraes, estará entre os mais votados do PP.


SOUBE CONSTRUIR


CANDIDATURA a deputada estadual tem que ser linear no começo da campanha, meio e na reta final. E, foi o que conseguiu. Além de Xapuri, Manoel Moraes deverá ser muito bem votado na capital.


BRIGA DOS NÚMEROS


É FERRENHA a briga dos números das pesquisas internas dos partidos. Há consenso entre as lideranças da oposição de que o quadro não é este das pesquisas divulgadas, e que há clima favorável de segundo turno.


EXISTE PRECEDENTE


EXISTE um precedente recente das pesquisas não conseguirem registrar a voz rouca das ruas, a disputa para a PMRB, onde o Bocalom figurava como uma carta fora do baralho e quase se elege no primeiro turno.


CADA ELEIÇÃO É UMA ELEIÇÃO


Cada eleição é diferente, porque é disputada dentro de um outro contexto. Aguarde-se as urnas. Citei o caso da disputa da PMRB para mostrar, que existem pontos fora da curva. Quem podem aparecer ou não numa votação.


PUXA A FILA


QUEM DEVE encabeçar a corrida por uma vaga dentro do PP para deputado federal, é a Socorro Neri. A briga por uma provável segunda vaga embolou entre José Adriano, Gérlen Diniz, Zezinho Barbary e Samir Bestene.


DE DIFÍCIL PREVISÃO


PELA lógica das pesquisas o candidato a senador favorito para ganhar a eleição, é o Alan Rick (União Brasil), mas não se sabe o que pode acontecer no chamado “Dia D”, com adversários bem estruturados financeiramente, como os que disputam com ele a única vaga do Senado.


TAPINHA NAS COSTAS NÃO ELEGE


SE DE FATO o Palácio Rio Branco queria fazer do Ney Amorim (PODEMOS) senador, deveria ter entrado com a máquina estatal com mais vigor, é o que se viu foi mais tapinha nas costas, jogo de cena nos atos políticos, só que isso, numa eleição disputada; não soma votos necessários para eleger um candidato, que tem um adversário poderoso, que caiu na graça popular, como o deputado federal Alan Rick (União Brasil).


EMPENHADO E COLADO


PODE se acusar o Ney Amorim (PODEMOS) de qualquer coisa nesta eleição; menos de que não colou o nome do candidato do poder ao governo nos atos da sua campanha para o Senado. Teve um momento da campanha que colocou a sua candidatura em segundo plano. Vamos aguardar para ouvir a voz das urnas.


TEM MUITO QUE APRENDER


NA POLÍTICA, cada eleição é um aprendizado diferente. E, o senador Márcio Bittar (União Brasil) não assimilou isso. Ninguém mais do que ele trouxe recursos para o estado, e acabou abandonado pelo poder; não conseguindo emplacar a Márcia Bittar (PL) como vice e nem como a candidata ao Senado da máquina estatal.


EXPULSÃO CERTA


O melhor, que os prefeitos do PT que não estão apoiando o Jorge Viana (PT) ao governo podem fazer, é pedir desligamento do partido. Depois da eleição a expulsão por infidelidade partidária de todos é certa.


FRASE BASILAR


HÁ UMA FRASE pragmática e basilar do deputado federal Flaviano Melo (MDB) de que, em termos de recursos, um prefeito precisa mais de um deputado federal e um senador do que de um governador.


DIFÍCIL VIRAR


COM poucos dias para a votação, e com o Lula (PT) abrindo uma boa vantagem, como registrou ontem a pesquisa do DATA-FOLHA, tudo indica que a reeleição do presidente Bolsonaro está indo para o sal. Difícil virar.


MOSTROU FORÇA


QUEM mostrou força ontem com um ato na Praça do Juventus, foi o candidato a deputado estadual pelo PSD, Jeferson Pururuca. Briga na cabeça dentro da chapa.


CAMPANHA PORTENTOSA


TODOS os caminhos são no sentido do deputado Nicolau Junior (PP) sair desta eleição, como o mais votado para a ALEAC. Sua campanha está fincada do Juruá ao Alto Acre. 


BISA OS MANDATOS


O grupo do ex-prefeito Vagner Sales (MDB) deve bisar os mandatos da mulher Antônia Sales a deputada estadual; e da filha Jéssica Sales para deputada federal.


DEBATE NA AGULHA


O PRÓXIMO debate entre os candidatos a governador está marcado para o dia 27, na TV-GAZETA. A emissora deverá trazer um mediador de fora para a condução.


DETALHE PARA SER LEMBRADO


A mídia não elege ninguém, mas quando bem usada pode criar um perfil positivo do parlamentar, no meio da população. O Alan Rick (União Brasil) é um exemplo; qualquer ato do seu mandato de deputado federal divulgava nos mais variados meios de comunicação. Foi o melhor da bancada federal que soube se comunicar.


MASSA DE MANOBRA


NINGUÉM está sendo mais usado como massa de manobra por políticos nesta eleição do que os servidores terceirizados, votando teleguiados para não perderem os seus empregos.


FRASE MARCANTE


“O trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício e a necessidade”. Voltaire.


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Luis Carlos Moreira Jorge

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