A Polícia Federal deflagrou, na tarde desta segunda-feira (19), a Operação Aerogold, no intuito de desarticular organização criminosa que extraía ouro de forma ilegal nos rios dos Estados de Rondônia e Amazonas, comercializava esse minério de forma irregular e realizava movimentação financeira incompatível com renda e patrimônio declarados.
Foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e 18 mandados de prisão, sendo duas prisões preventivas e 16 prisões temporárias em Rondônia, Amazonas, Acre, Pará, Mato Grosso e São Paulo. Os mandados foram expedidos pela 03ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária de Rondônia. Também foi ordenado que houvesse o bloqueio de R$ 5,5 bilhões das contas dos investigados.
As investigações tiveram início em novembro de 2020, em razão de denúncia anônima na Polícia Federal em Rondônia que relatava que um avião proveniente da Cidade de Japurá/AM chegaria em Porto Velho transportando ouro ilegal. Naquela oportunidade, foram apreendidos três quilos de referido minério e lavrado o devido flagrante.
Ao se aprofundar as investigações, constatou-se que os investigados integravam verdadeira organização criminosa, cujo objetivo era a extração ilegal de ouro na Cidade de Japurá/AM, além de intensa movimentação financeira entre garimpeiros dos estados de Rondônia, Amazonas e Pará com os compradores da matéria prima, sediados no estado de São Paulo.
Também foram flagradas várias empresas de fachada, cujo o único objetivo era esquentar o dinheiro ilícito proveniente do garimpo ilegal retirado de regiões protegidas da Floresta Amazônica.
As condutas investigadas configuram, em tese, os crimes de integrar organização criminosa, executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a autorização permissão, concessão ou licença obtida; usurpação de bens da União, sonegação fiscal e, também, lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem chegar a 26 anos de prisão.