O candidato ao governo do Acre pelo PSOL, professor Nilson Euclides, foi o sabatinado na noite desta segunda-feira, 12, pelos jornalistas do ac24horas. Aos 58 anos, é casado, pai e formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Acre (Ufac). Possui mestrado e doutorado em Ciências Políticas pela PUC de São Paulo e já atuou como professor de Ciências Sociais no Centro Universitário do Norte (Uninorte) e Iesacre, onde formou vários jornalistas locais.
Para o candidato, dar opções de escolha é o mais importante no processo eleitoral. “Que o eleitor seja alimentado de informações. Nossa candidatura é um processo que vem se desenvolvendo nos últimos anos ao vermos essa necessidade”, disse.
O cientista político afirmou que o eleitorado acreano ficou órfão no campo ideológico da esquerda e centro, que pensam de forma mais progressista. “Nossa candidatura é livre, leve e solta e tem compromisso com a verdade e com o que é melhor para o Acre”.
Nilson se declara instrumento do processo de desenvolvimento para a democracia. “Violência e intolerância não é nossa proposta. Sou um democrata, um estudioso da ciência política, por isso com uma candidatura calcada na ciência, conhecimento e um programa de governo que põe fim a um ciclo vicioso na política do Acre”.
Saúde e educação
Nilson Euclides declarou que sua proposta de governo não coloca nenhuma secretaria desarticulada uma da outra. “Não dá para continuar com a mesma filosofia. Precisamos de ações integradas e a educação é a base para qualquer transformação”.
Para o candidato, o estado não pode simplesmente reformar e colocar merenda nas escolas. “Precisamos de ações transformadoras e integrar a comunidade no ambiente escolar e esses espaços precisam estar integrados com as demais secretarias, como infraestrutura, segurança e meio ambiente”.
Segundo ele, todas as secretarias em todos os governos foram ocupadas por quadros políticos. “Temos que ouvir os profissionais da área, não tem como fazer transformações estruturais sem ouvir. É preciso uma reforma estrutural e isso passa por uma mudança de mentalidade”.
Euclides declarou que a gestão pública tem que ser descentralizada na educação. “Eles [trabalhadores] precisam ter autonomia e liberdade para pensar o que é melhor para cada instituição”. O candidato finalizou o tema chamando as ações do atual governo em relação à educação de retrógradas. “Um governo que repete os mesmo erros dos anteriores”.
Infraestrutura e geração de emprego
Euclides acredita que o estado tem que apostar na indústria para alavancar a situação econômica e de geração de emprego. “O discurso da florestania na teoria é lindo, mas e na prática?”, indagou. Segundo o professor, não há como oferecer apenas uma alternativa econômica ao Acre.
“É preciso um conjunto articulado de ações, que vai desde a consideração da biodiversidade a uma escala de produção e extrativismo dos ativos florestais combinados com os potenciais que nós temos, principalmente na alimentação, como os grãos”.
Ele explanou que cada região do Acre tem sua característica e seu potencial econômico e a geração de emprego passa pelo processo de dobrar a industrialização de pequenas e médias unidades que possam processar o potencial agrícola local.
“Temos que unir a tecnologia, ciência e a vontade de trabalhar. Incluir propriedades familiares e pequenas propriedades. O agronegócio precisa trabalhar mais, se esforçar mais”.
Segurança Pública
O candidato do PSOl argumentou que qualquer gestão precisa ser territorial e inteligente para entender quais são esses territórios em relação à segurança pública. “Não se faz política de segurança se não for de forma integrada e envolver a comunidade no processo. A repressão é a última a ser feita, deve-se pensar de forma articulada. Antes a prevenção para depois a repressão”.
Segundo o cientista político, as áreas periféricas precisam de uma atuação específica. “Devem haver centros integrados no ambiente escolar, projetos na comunidade articulados com sua realidade e manter o aluno do ensino médio no espaço escolar e sendo protagonista da sua realidade”.
Para ele, a escola é fundamental para conseguir fazer a virada efetiva na realidade do jovem da periferia. “E esse papel do estado é fundamental, é uma responsabilidade do governo”.
Pergunta do internauta
O morador Adonias Oliveira, do bairro Vila Ivonete, questionou o que o candidato tem a propor sobre o abastecimento de água no estado. Nilson declarou que deve-se mudar a estrutura e engenharia atual de levar água aos bairros, pois não funciona. “Não há uma planta da rede de abastecimento de água em Rio Branco. Essa infraestrutura de manter reservatórios de captação deve ser responsabilidade do governo”.
Temas livres
Na rodada de temas livres, Nilson Euclides falou sobre a extinta Frente do Popular do Acre e o legado que possa ter ficado, tanto positiva como negativamente. Para ele, há erros, mas também acertos, como a profissionalização da burocracia no estado. “Pessoas técnicas, funcionários de carreira é que vão cuidar da gestão no Acre caso eu seja eleito”.
Euclides garante que a concepção de administração pública que tem é diferente. “Não sou candidato à reeleição. Não tenho compromisso de manutenção no poder, minha posição será republicana, porque tenho compromisso com meus 4 anos de governo, com obras técnica, sociais e responsáveis”.
Por fim, destacou que o Brasil precisa de uma grande reforma política para que o Congresso Nacional esteja consciente da responsabilidade que tem. “Eu estarei com a sensibilidade necessária para levar ao desenvolvimento efetivo no estado do Acre”.
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