Rio Branco e outras cidades acreanas atingiram, na noite desta terça-feira (6), o nível de Alerta de Saúde na escala da Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar do Acre, sistema coordenado pelo Ministério Público do Acre (MPAC) com a parceria de outras instituições, como a Universidade Federal do Acre (Ufac).
Por volta das 21h40, o sensor da rede de monitoramento instalado na Ufac, na capital acreana, registrava 225 µg/m³, que significa microgramas por metro cúbico de material particulado, valor quase 10 vezes superior ao nível considerado como aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O dado acima é referente à média de um dia (últimas 24h) está inserido na penúltima classe da escala usada pela Rede de Monitoramento, que vai de 150-350 µg/m³. Nessa faixa, todas as pessoas podem experimentar efeitos mais graves na saúde se expostas por um período de 24 horas a tais condições.
As cidades de Sena Madureira, Manoel Urbano e Acrelândia também apresentaram níveis dentro da mesma faixa. Em outros pontos do estado, como em Cruzeiro do Sul, Santa Rosa do Purus, Xapuri, Brasiléia e Assis Brasil, os sensores também marcavam níveis entre 55-150 µg/m³ no mesmo horário.
A quantidade de fumaça nos céus acreanos é resultado direto do avanço das queimadas, que cresceu a partir dos últimos dias de agosto e se intensificou nos cinco primeiros dias de setembro, período em que o Acre registrou 2.681 focos de calor, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em 2022, o Acre já registrou 5.769 focos de queimadas, 24% a mais que os 4.632 do ano passado, ocorridos entre 1º de janeiro e 6 de setembro. Nas últimas 48 horas, foram detectados 921 focos de queimadas no estado. Os dados são do satélite de referência AQUA Tarde, da Agência Espacial Americana (Nasa).
No período correspondente aos últimos dois dias, Rio Branco registrou 116 focos de calor e se juntou a Feijó e Tarauacá, como municípios acreanos fazendo parte do ranking dos 10 com os maiores números de ocorrências de queimadas nesse intervalo. Os dados explicam a quantidade de fumaça na capital acreana.