O candidato ao Senado no estado do Acre Dimas Sandas (Agir) foi o entrevistado durante a sabatina promovida pelo ac24horas na noite desta segunda-feira (5). Aos 41 anos, é graduado em Jornalismo e acumula experiências na gestão pública, tendo sido diretor-presidente do Instituto Socioeducativo e da secretaria de Direitos Humanos. A principal meta de seu programa de governo junto ao partido é alavancar o desenvolvimento econômico do estado 50 anos em apenas 8.
Para ele, não dá para brinca com recurso público. “Envolve a saúde, educação e bem estar das pessoas. Sou um ponto fora da curva, uma pessoa negra, pobre, vinda de periferia, da zona rural”, afirmou.
Sandas garante que não se decide ser candidato a senador, mas que é um destino. “Não é só querer, tem todo um contexto. Me sinto honrado pelo partido, que apesar de pequeno, tem pessoas qualificadas, gente preparada, com valores éticos e compromissadas”.
O candidato ressalta que o projeto do Agir 36 é o melhor para o Acre. “É fundamental para que o estado decida aonde vai daqui a 10 anos. Atualmente o estado está à deriva, não há expectativa de futuro. Vemos insegurança jurídica, política e nos últimos anos o Acre parou. Tem muita coisa que a gente precisa mudar. O plano 50 anos em 8 tem 47 metas e seguirá em processo de construção”.
Saúde e educação
Dimas se diz fruto da educação, pois saiu de um lugar com poucas perspectivas de futuro. “A capacitação de professores tem que continuar, mas o professor não é mais a única fonte de informações. Falta sinal de tv, internet em comunidades isoladas”.
O candidato destaca que a educação é ensinar a pessoa a aprender. “Assim a pessoa não tem limites e vai buscar conhecimentos onde ela estiver”. Em seu plano de governo, a ideia é cuidar da saúde de quem já está doente e prevenir a população de hábitos ruins.
“Além de brigar por emendas para continuar investindo, penso que enquanto não melhorar o salário dos médicos para fixar especialistas aqui, não vamos diminuir as filas [nos hospitais]”. Sandas acredita que deve-se melhorar o sistema de seleção de pessoas e trabalhar para que elas não fiquem doentes. “Há um conjunto de fatores que podem ser trabalhados, bem como ajudar as prefeituras na saúde básica”.
Sobre a enxurrada de faculdades com ensino à distância que surgiu no estado recentemente, Dimas diz, inclusive, que está em suas propostas a criação da Universidade Digital, pois a educação utilizando a internet já é uma realidade. “Queremos colocar o Acre nas quatro primeiras colocação do Ideb e universalizar o ensino superior. É um formato mais inteligente, tecnológico e com menos custo. Qualquer pessoa que quiser fazer um curso de nível superior vai conseguir e com qualidade”.
Infraestrutura e geração de emprego
Com a proposta de ajudar o Acre crescer 50 anos em 8, o candidato quer intensificar a integração lavoura, pecuária e floresta. “Isso para elevar o nível de produção por hectares. Nossa proposta é aumentar em 10 vezes a produção de grãos nos próximos 10 anos”.
Nos dois primeiros anos de gestão, a proposta é montar uma força-tarefa para resolver a manutenção da BR-364. “E depois pensar numa proposta de concessão dessa estrada. Fazer o Acre dinamizar o seu setor produtivo. Esse projeto será definido com a sociedade, não será decidido sozinho”, explicou.
A estratégia é melhorar o desempenho do setor produtivo pela base. “Queremos montar um plano de desenvolvimento regional dos ramais mais produtivos e dar mais qualidade ao pequeno, médio e grande produtor. O objetivo é que os pequenos produtores tenham uma média de R$5 a R$ 10 mil mensal”. Outra ideia mais ousada é a construção de uma ferrovia paralela à BR-364 nos próximos 15 anos.
Segurança Pública
Dimas Sandas assegura que o estado não irá conseguir controlar a fronteira nunca. Mas, que a educação às crianças e jovens pode ajudar a prevenir esse tipo de violência que utiliza a fronteira do Acre. “Deve haver a presença do estado na comunidade, ter um grupo de teatro, esporte, ensaio de bandas musicais. Quando nossa uma juventude estiver cercada do estado, poderemos enfraquecer o crime. Temos que trabalhar na prevenção”.
Sobre a menoridade penal, diz que a juventude precisa ter acesso à cultura, educação e profissionalização. “Se o estado oferecer o básico, serei a favor da redução. Mas na situação que a gente está hoje, seria uma carnificina colocar a maioria dos jovens na cadeia. Só prender não vai resolver e a gente que vai sustentar esse sistema”.
Com relação ao alto índice de feminicídio, falou do projeto Proerd+ e Ser Homem + a serem trabalhados nas escolas. “A educação que muda as pessoas. São programas que atuam na educação emocional dentro das escolas afim de descontrair essa cultura de violência e tornar uma sociedade mais pacífica”.
Pergunta do internauta
A moradora Helena Maria, do bairro Cohab do Bosque, em Rio Branco, questionou o candidato sobre educação sexual nas escolas. Ele respondeu dizendo que o assunto ainda é um tabu entre algumas famílias. “Vamos fortalecer um projeto que já existe para haver educadores sexuais nas escolas. Assim, preparar a criança para entender melhor o seu corpo com informações básicas. O plano é construir um planejamento familiar com seriedade e propriedade”.
Temas livres
Na rodada de temas livres, tratou sobre desigualdade entre as condições dos candidatos nestas eleições. “Não é democrática. Sou o único candidato que está fazendo algo diferente. Não uso material impresso na campanha, não temos temos de TV, nem de rádio, mas temos a internet”.
Sandas afirma ser contrário ao uso de recurso público. “Não estou pegando dinheiro da educação, saúde, nada. Sempre fui contra e foi continuar sendo. Estamos propondo uma nova forma de fazer política. Atitudes diferentes para ter resultados diferentes”.