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Dia da Amazônia: região tem pior agosto em queimadas desde 2010, informa INPE

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Divulgados neste começo de setembro, os dados da devastação ambiental da região Norte mostram que a Amazônia teve 33.116 focos de queimadas em agosto, o maior valor para o mês desde 2010, de acordo com o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).


Entre o início de janeiro e o fim de agosto, o bioma já acumula mais de 46 mil focos. No acumulado do mês, agosto de 2022 supera até o número de 2019, quando houve o “Dia do Fogo” (28.060 focos).


Os números do INPE indicam que as queimadas – assim como o desmatamento associado a elas – estão fora de controle na Amazônia desde 2019, quando teve início a política de desmantelamento dos sistemas federais de proteção ambiental que marca a gestão de Jair Bolsonaro.

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Em todos os quatro anos que correspondem à atual gestão federal o número de focos de queimadas na Amazônia teve valores próximos ou superiores a 40 mil entre janeiro e agosto. Já nos 10 anos anteriores (2009-2018), a média de focos no mesmo período foi de cerca de 28 mil focos.


“O descontrole das queimadas observado nos últimos quatro anos está estreitamente associado a um aumento do desmatamento e da degradação florestal nesse período”, explica Mariana Napolitano, gerente de Ciências do WWF-Brasil. Ela completa: “A Amazônia é uma floresta tropical úmida e, ao contrário do que ocorre em outros biomas, o fogo não faz parte de seu ciclo natural. Os incêndios não surgem de forma espontânea no bioma e sua ocorrência está sempre associada a ações humanas – em especial ao desmatamento e à degradação florestal”.


As queimadas, em geral, correspondem à última fase do desmatamento: depois de cortar as árvores, os desmatadores colocam fogo na floresta derrubada para “limpar o terreno”.


Mas a degradação florestal também contribui fortemente para o aumento o fogo. As áreas degradadas, embora não tenham sido totalmente devastadas pelo corte raso, têm menor números de árvores grandes, são mais suscetíveis aos efeitos das secas, acumulam mais biomassa seca e inflamável e, assim, ficam mais vulneráveis ao fogo.


Assim como as queimadas, o desmatamento também explodiu nos últimos quatro anos. Os dados de agosto ainda não estão disponíveis, mas no período entre o início de janeiro e o fim de julho, a devastação vem batendo recordes sucessivos desde 2019 e chegou a 5,4 mil km² devastados em 2022.


De acordo com o Sistema de alerta DETER, do INPE, entre 2016 – quando começa a série histórica – e 2018, a média anual de alertas de desmatamento na Amazônia Legal corresponde a 2,6 mil km², no período entre janeiro e julho. No mesmo período, a média anual foi de 5 mil km² entre 2019 e 2022.


As taxas de desmatamento calculadas pelo Sistema PRODES, do INPE, também revelam uma explosão do desmatamento nos três primeiros anos da atual gestão federal (2019-2021), quando foram devastados em média 11,3 mil km2 ao ano na Amazônia. Nos 10 anos anteriores (2009-2018), a média foi de 6,5 mil km² ao ano. (WWF)


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