O Bar do Vaz recebeu nesta quarta-feira, 24, a primeira mulher a governar um estado no Brasil, a acreana Iolanda Lima. Ela deixou de usar o sobrenome Fleming após divórcio com o ex-marido, o capitão do Exército e ex-deputado estadual, Geraldo Fleming. Natural de Manoel Urbano, mudou-se para a capital Rio Branco aos 17 anos.
Aos 86 anos, foi professora e se considera uma filha da mata. Relembra com mínimos detalhes os momentos marcantes de sua atuação política no estado do Acre, como o dia em que mandou arrombar a secretaria de Segurança Pública enquanto estava como governadora em exercício, em meados de 1986.
Viveu episódios positivos e negativos ao lado de Flaviano Melo: “ele é terrível”, disparou Iolanda. Segundo ela, se desencantou pela política, por isso desistiu da carreira. Apesar disso, diz que ama a política. “Não quero escrever um livro porque tenho muito o que falar e pode não agradar muita gente. “Meu nome não era muito bem aceito na chamada tendência popular”, lamentou ao jornalista Roberto Vaz. Entre outros causos, afirma que sofreu bastante preconceito por ser uma mulher atuante politicamente àquela época.
Ela já havia ouvido falar que faria um trabalho político difícil, porque a maioria dos convencionais eram eleitores de Raimundo Melo. “Não foi fácil o trabalho que tive que fazer para mudar o jogo. Tive que ter muita paciência”, contou.
Iolanda Lima governou o estado de 14 de maio de 1986 a 14 de maio de 1987. Gostava de futebol e sempre foi incentivadora do esporte e carrega até hoje as amizades feitas ao longo das décadas.
Seu voto para presidente já está na ponta dos dedos: “tenho meu ídolo, o Bolsonaro. Sempre fui ligada a militar. Hoje, só tenho certo o voto para presidente”. Para ela, os políticos fizeram no Acre muita confusão. Mesmo não sendo obrigada, opta por realizar o voto a cada eleição. “Não estou satisfeita com a administração do estado”.
Iolanda já dirigiu o estado, foi vice-governadora, vereadora por duas vezes em Rio Branco e vice-prefeita da capital acreana. Conhecida por ser uma mulher de fibra, se apoia no poder da palavra. “Admiro quem trabalha, quem não se arrasta e que procura vencer”, concluiu.
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