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Grávidas com obesidade podem morrer por falta de mesa cirúrgica em maternidade do Acre

Por
Leônidas Badaró

Internada na Maternidade Bárbara Heliodora desde sábado, 20, Camila da Silva Melo teve a bolsa estourada no último domingo, dia 21. A paciente não teve dilatação suficiente para ter um parto normal e a indicação para o caso de Camila foi um parto cesárea. Ocorre que no caso da paciente, que pesa 134 quilos, a MBH simplesmente não faz o procedimento por falta de uma mesa cirúrgica que suporte peso acima de 120 quilos. Nestes casos, as pacientes precisam ser encaminhadas para o Hospital Santa Juliana. Ou seja, em um caso de risco, caso o Santa Juliana não tenha vaga, a paciente corre risco de morte mesmo se houver vaga para atendimento na maternidade.


A informação foi repassada inicialmente por Katrine de Lima, coordenadora do núcleo interno de regulação da MBH. “Desde 11 horas da manhã nós solicitamos ao Santa Juliana vaga para uma cesárea , já que nossa maca só suporta 120 quilos. Informamos o caso de urgência e dissemos que a paciente já estava em trabalho de parto. Apenas após às 14 horas é que veio a autorização para a transferência. Infelizmente, essa demora não é a primeira vez. Todas as vezes que temos pacientes acima de 120 quilos precisamos fazer essa transferência para o Santa Juliana e a demora é sempre de 2 a 3 horas”, afirma.


A diretora geral da MBH, Laura Pontes, confirmou ao ac24horas que a mesa cirúrgica da unidade de saúde não consegue atender pacientes obesos, mas citou que o peso máximo é maior. “A gente tem mesa cirúrgica que suporta até 132 quilos. Quando temos paciente acima desse peso é encaminhada para o Santa Juliana. A paciente estava sendo assistida, mas não conseguimos fazer a cirurgia, regulamos para o Santa Juliana e até agora tem dado certo”, afirma.


Laura disse ainda que a Secretaria Estadual de Saúde tem previsão para realizar licitação de aquisição de mesas cirúrgicas que suportem o sobrepeso das pacientes. A reportagem não conseguiu informações sobre o andamento das aquisições junto à Sesacre.


Em relação à demora na autorização para a transferência para pacientes obesas, o Hospital Santa Juliana não se pronunciou.


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Leônidas Badaró