A taxa de desocupação do Acre no segundo trimestre de 2022 foi de 11,9%, recuando 2,9 ponto percentual (p.p.) ante o primeiro trimestre de 2022 (14,8%) e caindo 4,4 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2021 (16,3%). A última taxa do Acre ficou abaixo do segundo trimestre de 2022. Aconteceu no quarto trimestre de 2016 (11,8%). Portanto, o resultado do trimestre é o melhor dos últimos 5 anos.
Observava-se no gráfico a seguir que mais pessoas entraram no mercado de trabalho no segundo trimestre de 2022, 1,5% em relação ao trimestre anteiror e 5,7% em relação ao mesmo trimestre de 2021(17 mil pessoas a mais). O desemprego, por sua vez, recuou 19,1% em relação ao trimestre anterior e 28,9% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (18 mil pessoas a menos).
Em relação à posição na ocupação, os únicos que perderam vagas foram os empregadores (30,8%). O percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria foi de 26,2%, no Acre esse percentual foi de 30,3%.
Em relação ao segundo trimestre de 2021, o setor da construção foi o que mais desocupou trabalhadores (20%), seguido pela agropecuária (17,4%) e indústria (7,7). A perda de empregos nesses setores foi transferida para os empregados na Administração Pública (6,5%), Serviços (8,9%) e Comércio (5,1%).
Para o cálculo da proxy de taxa de informalidade da população ocupada são consideradas as seguintes populações: empregado no setor privado sem carteira de trabalho assinada; empregado doméstico sem carteira de trabalho assinada; empregador sem registro no CNPJ; trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ; e trabalhador familiar auxiliar.
A taxa de informalidade para o Brasil foi de 40,0% da população ocupada, a do Acre foi de 48,3%. As maiores taxas ficaram com Pará (61,8%), Maranhão (59,4%) e Amazonas (57,7%) e as menores, com Santa Catarina (27,2%), São Paulo (31,1%) e Distrito Federal (31,2%).
O número de desalentados no segundo trimestre de 2022 foi de 36 mil pessoas. O percentual de desalentados (frente à população na força de trabalho ou desalentada) no segundo trimestre de 2022 no Brasil foi de 3,8% e no Acre 8,7%. Maranhão (14,8%) e Alagoas (13,7%) tinham os maiores percentuais e Santa Catarina (0,4%) e Mato Grosso (1,2%), os menores.
Os dados são bons, mas o cenário de juros altos, desemprego ainda elevado (45mil pessoas), não nos permite comemorar. Existem preocupações com a trajetória da dívida pública e o risco de uma recessão global que tem dificultado uma retomada mais consistente da economia brasileira.
A inflação é outra preocupação. Mesmo com a indicação de que o pior já passou para a inflação, o BC elevou na semana passada a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, a 13,75% – maior patamar em 6 anos. A expectativa é que os juros permaneçam em patamar elevado por um bom tempo. As eleições estão chegando, vamos esperar uma maior circulação de dinheiro e a dinamização de alguns setores da economia, principalmente do setor de serviços.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas
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